A Guarda Civil Municipal de Marataízes resgatou neste domingo (22) quatro crianças que vinham supostamente sendo mantidas em cárcere privado há mais de um ano. Uma no município e três em Piúma. Os pais já haviam registrado boletim de ocorrência do sumiço dos filhos. A idade das crianças não foi informada.
Segundo Anderson Gouveia, secretário de Segurança de Marataízes, a Guarda Municipal foi acionada após denúncia anônima de que uma das crianças teria sido vista acompanhada de uma mulher de cerca de 25 anos numa lanchonete na avenida Rubens Rangel, no mesmo município.
Com as características de ambos em mãos, a equipe da Guarda Municipal se deslocou até o local e identificou uma mulher e uma criança com a aparência descrita.
A mulher foi abordada pela equipe e deu um nome falso, evitando responder às perguntas de forma direta, levantando suspeitas da equipe, que solicitou os seus documentos pessoais.
A acusada disse que estaria sem eles, mas ao revistar sua bolsa os guardas encontraram a Carteira Nacional de Habilitação e descobriram o seu verdadeiro nome.
Com isso foi feita uma busca no sistema e apurado que a suspeita era acusada de sequestro e cárcere privado. A mulher negou o fato, no que era apoiada pelo menor supostamente sequestrado, que também deu um nome falso.
Conduzida até a Delegacia de Itapemirim, juntamente com o menor, o pai da criança e o Conselho Tutelar foram acionados e descobriu-se que mais três crianças estariam vivendo nas mesmas condições, teoricamente análogas à escravidão em Piúma, segundo informações de Anderson Gouveia.
Segundo ele, uma quadrilha que atua na exploração do trabalho infantil seria a responsável pelos sequestros, já que as crianças seriam obrigadas a vender balas e outros produtos para gerar renda para os acusados de sequestro nos semáforos, pontos de ônibus e outros locais de grande movimento.
As crianças foram devolvidas à família e as mulheres ficaram sob a responsabilidade da Polícia Civil, para as providências cabíveis.
Ainda há muitos fatos a serem esclarecidos quanto às circunstâncias do desaparecimento das crianças e a identidade dos membros da suposta quadrilha, mas nossa reportagem não conseguiu falar com o delegado de Itapemirim para dar detalhes do caso. A matéria será atualizada tão logo tenhamos acesso a novas informações.