Quem pensa que o homem do campo entende apenas de colheita ou de animais está muito enganado. A cada dia, essas pessoas que vivem no interior estão demonstrando criatividade, desenvolvendo tecnologias para facilitar o trabalho no campo.
Uma prova disso foi o estande do cafeicultor Anatalício dos Reis Silva, 43 anos, que criou uma máquina de abanar café. O invento dele, que foi tema de reportagem no jornal A Tribuna, já está patenteado e vem despertando interesse de estrangeiros.
“Eu coloco o café sujo, com folhas, gravetos, terra e pedras. O produto é separado, toda a impureza é retirada e os grãos são levados para dentro do saco, praticamente limpo”, disse o cafeicultor.
O sistema foi todo criado com o uso de objetos simples, como rede e uma caixa de plástico de supermercado, e o movimento é realizado a partir de um motor a gasolina. Limpa em média sete sacos por hora e dá para ser transportado para o meio da lavoura.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Cachoeiro de Itapemirim, Wesley Mendes, está sendo construída uma parceria entre o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) de Cachoeiro e o sindicato para, junto com o inventor, desenvolver um protótipo com todo o amparo técnico para que esse produto vá ao mercado imediatamente.
“Anatalício, o nosso inventor, é recordista na colheita de café. É um amigo e alguém que nos desafia a pensar: Onde pode nascer a inovação?”, destacou o presidente do sindicato.
Wesley reforçou ainda que quando o Sindicato Rural de Cachoeiro planejou a Tecno ExpoSul e trouxe Anatalício, foi com esse objetivo, o de mostrar que o setor tem muito mais a oferecer ao sul capixaba do que mera mão de obra.
“Temos inteligência e inovação. Tudo mostrado na Tecno ExpoSul. As startups, os projetos desenvolvidos no Ifes e Ufes e outros como o Olho do Dono provaram isso”, argumentou.