A população em idade de trabalhar que estava em situação de inatividade, ou seja, nem trabalha nem busca emprego permanece em nível superior ao pré-pandemia, sustentada, sobretudo, pelos jovens de 14 a 24 anos.
Os dados foram apontados pela coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Adriana Beringuy.
Em todo o País, 66,829 milhões de pessoas em idade de trabalhar eram consideradas inativas no terceiro trimestre de 2023, 3,665 milhões a mais que no primeiro trimestre de 2020.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo IBGE mostra ainda que o contingente de desempregados no terceiro trimestre deste ano é 4,832 milhões menor do que no primeiro trimestre de 2020, e o número de pessoas trabalhando é 6,723 milhões superior.
“Embora esteja havendo melhoria muito consistente do mercado de trabalho, a população fora da força não voltou ao patamar registrado de antes da pandemia”, disse Beringuy.
Na população de 14 anos ou mais, ou seja, em idade de trabalhar, 38,2% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023. No primeiro trimestre de 2020, essa fatia era de 37,3%.
“Parece que está sendo mais influenciado pela população de menor idade, de jovens e adolescentes”, apontou Beringuy.
Na população de 14 a 17 anos, 84,2% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023, ante uma fatia de 81,7% no primeiro trimestre de 2020.
No grupo de 18 a 24 anos, 31,3% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023, ante uma fatia de 30,6% no primeiro trimestre de 2020.
Falta de experiência?
Segundo Beringuy, é possível que haja maior dificuldade de inserção dessa população no mercado de trabalho, por falta de experiência, por exemplo. No entanto, houve melhora na taxa de escolarização nessas faixas etárias, o que indicaria uma priorização do estudo.
“A população de 14 a 17 anos fora da força não necessariamente é indicativo negativo. Essa população pode estar ausente da força de trabalho, mas pode estar estudando. E parece que é o caso. Como a gente vê nos indicadores de escolarização, a taxa de escolarização desse grupo aumentou bastante, como aumentou bastante também no grupo de 18 a 24 anos”
“Fundamentalmente, a maior diferença do que é hoje e do pré-pandemia, é de 14 a 17 anos”, afirmou Beringuy. “Entre 18 e 24 anos tem (também) a questão da falta de experiência, da rotatividade. Essa população sofre tanto de fatores estruturais quanto conjunturais.”
Na população de 25 a 39 anos tampouco houve retorno ao patamar pré-pandemia: 18,7% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023, ante uma fatia de 17,9% no primeiro trimestre de 2020.
Nos dois demais grupos etários, o patamar de pessoas na força de trabalho já superou o pré-pandemia. Na faixa de 40 a 59 anos, 25,9% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023, ante uma fatia de 26,3% no primeiro trimestre de 2020.
No grupo de 60 anos ou mais, 76,3% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023, ante uma fatia de 76,8% no primeiro trimestre de 2020.
Com informações da CNN