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O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, participou na tarde desta segunda-feira (20) da Reunião da Comissão Especial Temporária da Bancada Federal do Tocantins para o enfrentamento ao coronavírus, a convite da senadora Kátia Abreu. Durante o encontro, ele falou sobre a atual situação da pandemia no Brasil e defendeu a construção de uma solução que permita o retorno às aulas assim que for possível.

O portal Dia a Dia ES participou da live e questionou o ex-ministro sobre como deve ser preparado o retorno às aulas presenciais. Mandetta disse que é preciso estudar todo um conjunto de medidas para permitir que isso ocorra, a começar pela definição do horário das aulas.

De acordo com o ex-ministro, em lugares onde os estudantes precisam do ônibus para chegar à escola é necessário não colocar a massa estudantil no mesmo horário que os demais trabalhadores.

“Se o estudante for no transporte público, e estiver no mesmo horário do pessoal da construção civil e trabalhadores de órgãos públicos, vai todo mundo pegar ônibus às 6h30. Não vai ter ônibus pra todo mundo e vai ter aglomeração. É preciso descasar o horário: ou põe a construção civil mais cedo, o funcionário público às 9h, deixa um horário seletivo para que os ônibus circulem só com as crianças. Fazer um manejo de transporte público nas cidades onde elas usam muito o ônibus para poder ir para a escola”, disse Mandetta.

Grupo de risco

O ex-ministro também disse que outro ponto que deve ser levado em conta é que criança não tem comportamento racional sanitário. Mandetta também destacou que é preciso tomar cuidado com os adultos que trabalham na escola, principalmente os que integram o grupo de risco do novo coronavírus, e alertou para a necessidade de cada unidade de ensino ter seu próprio protocolo de biossegurança.

Segundo Mandetta, o tempo de abertura das escolas está ligado ao inquérito sorológico e quando abrir, deve proteger por respeito aos outros até o dia que chegar uma vacina que permita sair desse “novo normal” para um “normal absoluto”.

“Enquanto a vacina não vier, a gente vai continuar prendendo o fôlego”, disse o ex-ministro.

O que Mandetta disse sobre…

Comportamento sanitário

“A criança abraça, corre, joga bola, ela pinta e borda. Ela vai continuar sendo assim, não adianta. Se com um adulto, a gente fala pra ele pôr uma máscara, já quer dar uma carteirada no guarda, imagina uma criança que está ali para brincar. Sou ortopedista pediátrico, minha vida é dedicada a deixar que as crianças corram. É impossível mandar uma criança ficar sentada. Ela só vai obedecer se estiver com algum problema.”

Vírus levado para casa

“Normalmente, criança e adolescente são portadores assintomáticos. Só servem como elemento de difusão do vírus. Até aí, a eles não estariam em risco. O problema é que eles voltam para casa. E eu quero ver quem mora com avó, quem mora com tia. Quero ver uma avó que nega um colo para uma criança. Quero ver uma madrinha que nega um beijo numa criança. Quero ver um pai ou uma mãe que não pega uma criança no colo. Então é saber que a criança vai se contaminar naquele ambiente e quando ela voltar, ela vai ser um elemento de transmissão. Ela não vai se queixar.”

Cuidado com adultos

“Dentro da escola há adultos. O mais frequente é o professor. Aqueles que tiverem faixa etária ou comorbidade para evoluir mal, acho que deveriam ser poupados. Pessoas diabéticas, hipertensas, maiores de 65 anos, com obesidade. Eles vão se contaminar junto com os alunos.”

Protocolos de biossegurança

“Cada escola tem um formato. Umas têm salas de aula amplas, ventiladas, outras têm 100 alunos num mesmo espaço. Tem escola que tem 5 numa sala. Cada escola deveria ter seu plano de biossegurança, ou seja, que mostre como vai entrar, se vai ter recreio, qual vai ser a atividade, se vai ter fila ou não, se vai entrar todo mundo junto, vai ter álcool gel, a máscara. Será que as cadeiras vão ter aquelas baias de acrílico para proteger da saliva um do outro? Cada escola deveria ter seu plano de biossegurança.”

Aulas devem voltar?

“Eu acho que (as aulas) deveriam voltar porque as violências que a criança sofre fora da escola, eu acho que tem que pesar bem. Mas o fato de a criança ir para a escola, de ter a merenda, de ela se alimentar, de ter instrução, de socializar, eu pensaria muito e tentaria construir uma solução para elas.”