O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ajuizou denúncia criminal em face de 40 integrantes de uma organização criminosa denominada Primeiro Comando de Vitória (PCV).
A denúncia foi recebida pela Justiça, que determinou a suspensão do exercício da advocacia para nove advogados envolvidos com a facção, a prisão domiciliar e o monitoramento por tornozeleira eletrônica.
As provas foram obtidas na chamada “Operação Armistício’. Os demais réus tiveram a prisão preventiva decretada, após análise de extenso material probatório. Na sexta-feira (13/08) foi efetivada a prisão de mais uma advogada, em continuidade à primeira fase da Operação Armistício.
Os advogados envolvidos se utilizavam das prerrogativas da função para garantir comunicação criminosa entre lideranças da facção que estavam presos com os integrantes em liberdade ou foragidos da Justiça. As investigações tiveram início em 2019.
As medidas judiciais de interceptações telefônicas e telemática, dentre outras diligências investigativas, culminaram na obtenção de provas de tráfico de drogas, aquisição e porte de armamentos e munições, execução e planejamento de crimes de homicídio, queima de ônibus e outras ações violentas. Esses crimes eram executados por meio dessa comunicação exercida por advogados.
Dentre os crimes imputados estão os de integrar organização criminosa, associação para o tráfico e tráfico de drogas. Os autos tramitam perante a 10ª Vara Criminal de Vitória.
As investigações decorrentes da Operação Armistício também permitiram a identificação de outro núcleo criminoso, com a participação de uma advogada, já suspensa da atividade por decisão judicial. A denúncia oferecida envolve imputações de crimes de tráfico de drogas e de associação para o tráfico. A ação referente a esse caso também tramita perante a 10ª Vara Criminal de Vitória.