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Mito ou verdade? Nem todo vinho melhora com o tempo

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Raquel Poleto Fonseca
garrafas de vinho antigas

Uma das expressões mais famosa sobre vinhos talvez seja a “quanto mais velho o vinho, melhor ele fica“. De fato, é uma das ideias mais difundidas no mundo dos vinhos. No entanto, essa afirmação não é uma verdade universal. Enquanto alguns vinhos realmente ganham complexidade com o passar dos anos, a grande maioria das garrafas disponíveis no mercado foi feita para ser consumida jovem, quando seus aromas e sabores estão no auge. Entender a diferença entre vinhos de guarda e vinhos jovens, além de saber como escolher e armazenar corretamente, é essencial para aproveitar ao máximo essa bebida tão especial.

Os vinhos de guarda são aqueles que possuem estrutura robusta, taninos firmes e acidez e álcool equilibrados, características que permitem que evoluam bem ao longo do tempo. Exemplos clássicos incluem vinhos como os de Bordeaux (França), Barolo (Itália), Brunello di Montalcino (Itália) e alguns Cabernet Sauvignon de alta qualidade. Esses vinhos passam por um processo de envelhecimento em garrafa, onde desenvolvem aromas chamados de terciários, como couro, tabaco, cogumelos e frutas secas, que agregam camadas de complexidade à bebida. No entanto, é importante ressaltar que nem todos os vinhos caros são de guarda. A qualidade da safra, o terroir e o estilo do produtor são fatores determinantes para o potencial de envelhecimento.

Por outro lado, a maioria dos vinhos que encontramos no dia a dia foi feita para ser consumida jovem. Esses vinhos, geralmente com taninos mais suaves e acidez vibrante, são apreciados por seus aromas primários de frutas frescas, flores e especiarias. Exemplos incluem vinhos brancos jovens, rosés, espumantes e tintos leves como o Beaujolais Nouveau da França. Envelhecer esses vinhos pode resultar em perda de frescor e sabor, deixando-os planos e desequilibrados.

A estrutura química do vinho é um dos fatores que determinam se ele pode ou não envelhecer bem. Vinhos de guarda possuem taninos, acidez e álcool em equilíbrio específicos para durar mais tempo na garrafa, tornando-se conservantes naturais. Os enólogos já fazem esse vinho com as características necessárias para que passem a maior quantidade de tempo na garrafa. Já os vinhos jovens carecem dessa estrutura, o que os torna mais vulneráveis ao tempo. Além disso, o estilo do produtor também influencia. Muitos vinhos modernos são produzidos para serem consumidos imediatamente, com foco em aromas frutados e frescor.

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Na hora de escolher um vinho no supermercado, é importante prestar atenção a alguns detalhes. Primeiro, leia o rótulo e observe a safra. Vinhos jovens devem ser consumidos o mais próximo possível do ano de colheita (entre 1-2 anos). Segundo, lembre-se de que preço não é sinônimo de qualidade ou potencial de envelhecimento. Vinhos caros nem sempre são de guarda, então busque informações sobre o estilo do vinho (se é frutado, encorpado, etc.).

Saber quando beber um vinho é a chave para aproveitá-lo ao máximo. Vinhos tintos jovens devem ser consumidos em até 4 anos após a colheita, quando seus aromas e sabores estão frescos e vibrantes. Já os vinhos de guarda podem precisar de 10, 20 ou até 50 anos para atingir o auge. Mas devido à política mercadológica de um supermercado, por exemplo, dificilmente encontraremos esses rótulos de guarda nas prateleiras. O mais adequado, nesse caso, é procurar em lojas especializadas ou diretamente nas vinícolas.

Em resumo, a ideia de que “quanto mais velho, melhor” não se aplica à maioria dos vinhos. Enquanto vinhos de guarda podem se transformar em verdadeiras obras-primas com o tempo, a maioria das garrafas foi feita para ser apreciada jovem, com toda a sua vivacidade e frescor. A chave está em entender o estilo do vinho, armazená-lo corretamente e, acima de tudo, bebê-lo no momento certo. Afinal, o melhor vinho é aquele que você compartilha com boas companhias, independentemente da idade.

Que tal experimentar um vinho jovem nesta semana e descobrir como ele pode surpreender? Saúde!

Raquel Poleto Fonseca, natural de Cachoeiro de Itapemirim, é escritora, contadora e sommelière de vinhos pelo Instituto Federal de São Paulo, com certificações especializadas pela Embrapa Uva e Vinho, Instituto Federal do Rio Grande do Sul e Enagro. É curadora de confrarias e do projeto Livros e Vinhos, unindo sua paixão por palavras e vinhos para criar experiências que conectam pessoas

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