Uma das maiores incentivadoras do Turismo de Marataízes, Marlene Salomão Carvalho – a “Dona Balbina” morreu nesta sexta-feira (11), aos 85 anos, em decorrência de uma pneumonia. A informação foi confirmada pela família da empresária.

Ela estava internada há uma semana na UTI do Hospital Padre Máximo, em Venda Nova do Imigrante. A família atendeu a um de seus últimos desejos, de ser sepultada em São Lourenço – MG, onde tinha familiares do marido, Célio Martins de Carvalho, e onde também está sepultado o filho Salomão Raul Kalil de Carvalho. Marlene Salomão Carvalho deixa três filhos, cinco netos, três bisnetos, um irmão e uma legião de amigos.

A história da empresária no Estado do Espírito Santo teve início em Domingos Martins, na década de 1950, quando foi proprietária do antigo Hotel Imperador. Em Marataízes era proprietária dos tradicionais hotel Dona Balbina e Mickey Lanches, no centro do balneário, durante mais de 50 anos.

A história da cidade se confunde com as festividades de Natal, Reveillon, Festa das Canoas, Dia de São Cosme e São Damião, Páscoa, Terceira Idade e Carnaval que organizava. As festas chamavam a atenção de moradores e turistas, principalmente pela decoração na fachada do hotel. “Quantas balas e doces na minha infância. As excursões saiam das escolas até o Hotel Dona Balbina para o sorteio da bicicleta no Cosme e Damião. Apoiava o Carnaval e os campeonatos de Surf”, lembrou o ator Luciano Vianna.

De personalidade forte e opinião política de direita, marcou a história local com suas mobilizações políticas. Há quem afirme que as maiores decisões políticas de Itapemirim e Marataízes foram formalizadas no salão de eventos do seu hotel. Nos últimos anos, militava o partido do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e ficou famosa com fotos que viralizaram na internet ao acompanha-lo em Brasília (DF) e Vitória (ES).

Carnaval

O Carnaval era sua maior paixão e se orgulhava em dizer que era a caçula de uma família sírio-libanesa radicada na Praça Onze – berço do samba, no Rio de Janeiro, onde nasceu em 21 de outubro de 1937. Ali iniciou sua paixão pela Festa do Momo e a trouxe para Marataízes, onde organizava os mais animados blocos de turistas para os antigos bailes de Carnaval do Iate Club de Marataízes, presidia o Bloco Carnavalesco Âncora Dourada, organizava as tradicionais Matinês da Balbina e desfilava com o Bloco Balbina.

A Prefeitura local, em respeito à sua referência com a festividade, montava o palco principal do Carnaval em frente ao seu hotel. “Era o quarteirão da folia, o lugar que marcou nossos melhores carnavais e que me serviu de inspiração para a composição dos sambas de enredo do Bloco Balbina. O samba do Carnaval 2023 do Bloco Balbina seria sobre sua história com a Marinha do Brasil”, declarou o compositor cachoeirense Betinho Du Cavaco, autor de vários sambas que homenageiam Marlene Salomão Carvalho.

Era presidente da Sociedade Amigos da Marinha de Marataízes (Soamar) desde a sanção da Lei Municipal Nº 134, de 22 de julho de 1998. Tinha o título de “Amiga da Marinha” por se distinguir no trabalho de divulgar a mentalidade marítima, no relacionamento com a Marinha, na defesa dos interesses atinentes à Marinha e na divulgação da importância do mar para o País. “Sempre foi um exemplo de mulher guerreira. Marataízes de luto! Soamar de luto”, lamentou a educadora Dilcéia Marvila, membro da Soamar.

Os municípios de Itapemirim e Marataízes, em reconhecimento à sua relevante história com a região, a concedeu títulos de Cidadã Itapemirinense, Cidadã Marataizense e Medalha “Elias Silva”. A Assembleia Legislativa do Espírito Santo, a concedeu o Título de Cidadã Espirito-santense”.

Amigos lamentam seu falecimento nas redes sociais desde a noite de sexta-feira (11). “Dona Marlene, dona Balbina ou vovó Marlene, como era carinhosamente chamada, vai deixar muitas saudades por tudo que fez pela sua família, pelos seus amigos e pelo desenvolvimento turístico de Marataizes”, registrou o delegado Guilherme Daré. “Muito triste, uma grande guerreira do turismo de Marataizes! Vai deixar saudades”, disse a empresária Ângela Bezerra Bechara.

Velório

O velório acontece desde este sábado (12) na Funerária Santa Clara, em São Lourenço – MG e vai até às 14 horas da segunda-feira (14). O sepultamento será às 16h no Cemitério Municipal de São Lourenço.