Daniele Moraes, de 36 anos, mora no bairro Zumbi, em Cachoeiro. Ela está desempregada e enfrenta os muitos problemas que pessoas na mesma situação passam no país.
São privações variadas, preocupação de quando voltará ao mercado de trabalho num emprego que lhe permita condições razoáveis de sobrevivência e o desejo de poder dormir sabendo que terá comida na mesa no dia seguinte.
Entre os desejos da mulher, que é mãe de uma menina de 15 anos que mora com a avó, está o de poder comprar absorventes no período menstrual.
Aos que atribuem a pobreza menstrual apenas a adolescentes em fase escolar, Daniele conta que ela afeta muitas mulheres país afora, e que ela é uma delas.
“Eu moro sozinha, estou desempregada e é muito complicado comprar absorventes. Há pouco tempo usei papel higiênico e a menstruação vazou. Foi muito constrangedor. Às vezes uso paninhos também. Mas é muito desconfortável”, relata.
Segundo a mulher, ela voltou a usar absorvente a partir do momento que a Central Única das Favelas (Cufa) Cachoeiro passou a distribuir produtos de higiene pessoal em sua comunidade.
“Nós mulheres precisamos muito dessa ajuda. Eu soube desse projeto, entrei em contato e fui muito bem atendida. Seria ótimo se além deles outras pessoas ajudassem a chegar absorventes a todas as mulheres que precisam. Esse é um item de grande necessidade e ninguém deveria ficar sem. É uma campanha importante para mim e para outras mulheres”, enfatiza.
Então, se tem uma coisa que Daniele e tantas outras mulheres que vivem a pobreza menstrual precisam neste Dia das Mães é de toda a dignidade que merecem. “Felizmente a minha filha não passa por esse problema. E isso é um alívio para mim”.