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O olhar direcionado à mulher

Kamilla Oliveira Debona
Kamilla Oliveira Debona

Ser mulher demanda muita energia, pois há a certeza de que muitos “nãos” existem sem nem mesmo uma dúvida ou reclamação. O não ser à mulher é imposto para corresponder àquilo que a obrigam ser: de tudo, de um pouco, mas que condiz, especialmente, de nada.

Ser mulher jaz uma fonte imensa de envolvimento em movimentos que muitas e muitos não reconhecem. É ter que se autoafirmar constantemente, ter sua capacidade medida por algumas frases, como: “tinha que ser mulher”; “ah, mulher não pode não”; “se fosse minha mulher – eu não deixava não”.

É ser resistência pelo simples fato de existir e a cada suspiro saber que seu gênero é impulsionado a ser menosprezado, e quando rompe as barreiras sexistas é tomada como louca, bruxa, baderneira, problemática, chata e histérica.

Quantas já cooperaram, inventaram, criaram, contudo são esquecidas, apagadas da história, ou de suas próprias vidas? Quantas foram executadas, ou até mesmo, queimadas nas fogueiras por serem temidas pelo conhecimento e discernimento que possuíam? Quantas foram ensinadas que ser resistência é fazer algo grandioso? Entretanto, o que seria isso?

Falo tanto do passado quanto do presente, pois as fogueiras ainda mantêm suas labaredas ardentes e acesas para continuar com o controle e a permanência do patriarcado, que subjuga e recruta vários membros para dominar e calar as mentes feministas; para controlar seus atos, jeitos, decisões e corpos.

Ditam o que é ser uma verdadeira mulher, e garantem que o reconhecimento feminino seja inviável ou desvalorizado.

Monetizam o mercado de trabalho com seu sacrifício, e arguem que o lugar de mulher é em casa, e implantam o pensamento de que ser dona do lar é nada mais do que sua obrigação, e que o descanso é incogitável. Ocultam as mentes, as palavras, as obras das moças, e transformam-nas em descobertas da humanidade, mas separam e definem bem quando “um dedo de homem” está ali.

As mulheres são inviabilizadas de diversas maneiras, sendo das mais tangíveis às mais intangíveis formas, é como se vivêssemos destinadas a seguir a sombra de outro alguém, independentemente de instrução, conhecimento ou ciência da situação.

O olhar que nos reprime e assusta, desde as pequenas coisas, como: andar sozinha à noite, fechar um contrato, resolver um problema. Parece que passa a ser uma premissa a necessidade da figura masculina para validar a seriedade e a validade de cada ato.

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Tudo o que se fala tem que ser filtrado, é uma ditadura que censura desde nossa alma à nossa postura física e emocional. Somos vistas como a engrenagem que gera a vida e que não deve opinar, apenas gerir a prole no ventre e se calar.

Quantas vezes um discurso, uma fala, uma ideia – só reverberaram quando o homem foi o porta-voz da causa?

Lugar de mulher é onde ela quiser, mas não há como negar que lutar constantemente por um espaço que já deveria ser seu, é mais do que cansativo, é humilhante e desconcertante.

A figura feminina continua sendo vista como a genitora da prole e nada mais; violentada e moldada as vontades do “alfa”; descartada do quadro de funcionários por ser mãe, ser fértil e correr o risco tirar a licença maternidade; desprezada quando escolhe ficar em casa para desempenhar o seu ofício, e rejeitada por querer menos do que as demais.

Seguimos sendo inviabilizadas pela força do patriarcado que justifica que o nosso próprio gênero coloca em risco a sinergia ilusória de que o homem é e deve ser o pilar e a força que move o mercado e o mundo.

O mesmo mercado que encara a mulher como genitora que não pode ter voz e autonomia sobre seu próprio corpo, mas que deve ser explorada por mentiras que sustentam uma sociedade sexista e controladora.

Dizem que o tempo é relativo, talvez, realmente, seja, mas não há como negar que quando se trata de lutas e estereótipos empregados nas raízes da sociedade, ainda que considerada moderna, me causa uma certa ansiedade.

Escrevo este texto – cinco meses após o clube do filme ter trabalhado com a temática: mulheres inviabilizadas, e o mesmo sentimento me persegue – revolta, pois os olhares que, normalmente, são direcionados às mulheres são de: controle e desprezo. O tempo continua passando, todavia as mudanças nem tanto.

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