ARTIGO: Paulo Henrique Thiengo, engenheiro agrônomo, pesquisador de ferrovias e preocupado pelo futuro de Cachoeiro e região. E-mail: [email protected]
Vale lembrar que o tal ‘ramal para Cachoeiro’, a partir da Safra, ligando a nova ferrovia com Monte Líbano é completamente inviável numa ferrovia moderna e teria chance zero de ser implantado.
Gostaria que cabeças pensantes desta cidade unissem neurônios de forma a discutirmos seriamente estes e outros assuntos. O futuro de Cachoeiro está seriamente comprometido e a Câmara está sendo visivelmente omissa quanto a isto. Da prefeitura não espero nada neste sentido.
No momento, por exemplo, estou lutando pelo desenvolvimento socioeconômico de São Vicente, visando gerar novas fontes de renda através do agro turismo e turismo de aventura. O potencial é fantástico para estas atividades. A prova disto é o sucesso da Pedra da Penha, situada na localidade de Alto São Vicente, que despontou apenas neste ano.
Há décadas faço a manutenção do lugar, limpando a trilha e preservando a antiga capelinha, de 1924, que seria demolida e substituída por uma de granito. Levei o caso ao Conselho de Cultura, do qual fazia parte (bem como o atual prefeito), e combinamos que a antiga seria mantida. Por ironia, na época era o único a defender a permanência da antiga e, hoje, não encontro uma pessoa sequer no lugar que tenha apoiado a substituição dela. Vá entender.
Tenho um dom, do qual me orgulho, de criar qualquer coisa concreta na mente e ainda lidar com vários projetos ao mesmo tempo, até mesmo interagindo entre eles, sem sequer precisar colocar no papel. Tenho inúmeras propostas para o lugar, concebendo o que fazer, como fazer, com que material e em que ordem, mas não consigo uma oportunidade de mostrar isto.
A comunidade local desconhece completamente o que seja agroturismo e turismo de aventura e o potencial do lugar para isto. Tanto é que caminha para ser um povoado pobre e cercado de chácaras de lazer (uma chácara de 1 hectare – 10.000 m² – vale R$ 300.000,00, justamente pela beleza do lugar). Tentei diversas vezes mostrar isto a eles, inclusive convidando o introdutor do agro turismo no país, o Leandro Carnielli, ao qual agradeço pelo inestimável apoio, que fez uma palestra lá.
No entanto, a situação é gravíssima, com desconhecimento total como já disse, e é preciso alguém de peso, bem conhecido deles, para isto. Sugeri o nome do Ferraço, mas também poderia ser uma sessão itinerante da Câmara, levando convidados para falar com eles. Usei a tribuna da Casa justamente para isto, meses atrás, mas nada foi em frente.
Nossa cidade está caminhando totalmente para o rumo errado, é perfeitamente possível demonstrar isto tecnicamente, mas estamos vivendo uma situação paradoxal onde ninguém quer enxergar isto. As soluções, quando existem e nem sempre viáveis, estão guardadas como trunfo nos bolsos de pretensos candidatos a prefeitos e também salvadores da pátria. Pobre cidade…