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O Pianista e Noite e Neblina – dois filmes sobre o Holocausto Nazista

olivia-15-08-2023
Olivia Batista de Avelar

Tristemente, escolhi falar sobre esses dois filmes – dois filmes que tratam do holocausto nazista – para essa coluna publicada em fevereiro de 2022. Deixo clara aqui, no corpo do texto, essa data de escrita e publicação, para reafirmar meu espanto, minha tristeza e minha cansada indignação. É inaceitável que estejamos, nesse início de século 21, ainda questionando um fato tão amplamente documentado e repercutido, em todo o mundo, desde meados do século passado. É inadmissível que um período tão assombroso da história recente, que é consenso entre historiadores, que figura nas páginas dos livros de história, que teve como uma de suas consequências o estabelecimento do Tribunal de Nuremberg, entre 1945 e 1946, para julgar alguns dos crimes cometidos durante o período do conflito e que foi a base do atual Tribunal Penal Internacional, órgão capaz de julgar pessoas que cometem crimes contra a humanidade, crimes contra a paz e genocídio, o tribunal que representou o primeiro passo na tentativa de preservação dos direitos humanos, ainda seja mencionado de forma tão leviana, ignorante e com tamanha audiência – o que só deixa essa situação ainda mais séria e alarmante.

Não pretendo revisitar ou citar diretamente as notícias dessa última semana que trouxeram, novamente, à tona o debate sobre a dita “liberdade de expressão”, sobre o direito de ser idiota e sobre a absurda e criminosa ideia de que a sociedade civil e democrática deveria aceitar, também, aqueles que ainda simpatizam com as ideias e as ações do partido de Adolf Hitler.

Os nomes dos envolvidos e os desdobramentos jurídicos e sociais de todo esse imbróglio anacrônico, surreal e intolerável estão por toda internet e, aparentemente, vão continuar lá por um tempo considerável.

Quero também pontuar que – pelo menos dessa vez e antes tarde do que mais tarde – as consequências e totalmente merecidas e acertadas punições para os protagonistas e responsáveis pelas falas que defendem o indefensável chegaram rapidamente e, eu espero, que continuem chegando para todos os possíveis oportunistas ou criminosos que se consideram famosos ou espertos demais e que também queiram engrossar o coro daqueles que colaboram, dia após dia, para a escalada grotesca de crescimento dos simpatizantes e defensores de um ideal macabro, desumano e marcadamente sinalizador dos tempos obscuros que vivemos, no Brasil, desde a chegada ao poder do atual chefe de nosso poder executivo.

Nessa coluna, são poucas as vezes que sugiro diretamente aos leitores que assistam aos filmes sobre os quais me debruço e decido pensar e escrever sobre. Acredito que ambas as formas de expressão – a arte fílmica e a escrita – atuam sobre nós e entre nós, também, como objetos de desejo: os filmes e os escritos devem exercer, livremente, seu poder de sedução e nos atrair até eles para que esse encontro não seja, unicamente, marcado pela razão e pela nossa pequena parcela lógica, mas, antes, que eles nos abarquem pelos afetos e pela sublimação que merecemos experimentar. Hoje, minha intenção é totalmente inversa. Com essa coluna, pretendo sugerir fortemente e com todas as letras: assista aos filmes. Assista a, pelo menos, um deles. Assista, se puder, algum outro filme que você conheça – são inúmeros – que mostre e que relate e que nos permita acessar (protegidos pela distância no tempo e na geografia) o que foi e como foi o holocausto durante o regime nazista da segunda guerra mundial. O que proponho aqui é que você parta de uma decisão racional – pois é impossível se sentir saudavelmente atraído para assistir e testemunhar, por intermédio da tela, tamanho horror e tão absoluta violência e tristeza.

Porém, é através dessa decisão de se expor, através da arte do cinema, ao mais bárbaro e atroz que existe no ser humano, que podemos abrir espaço para que nossos afetos sejam tocados e, até mesmo, feridos.

Porque é só dessa forma que poderemos não só entender, mas, sobretudo, sentir – de forma infinitamente pequena – o que foi a realidade dos campos de concentração nazistas e o que foi que homens e mulheres fizeram com milhões de pessoas, sistematicamente, ao longo de quase dez anos. A arte retrata e revela o que há de mais luminoso no ser humano, mas ela também denuncia nossos mais profundos abismos e as mais aterradoras feridas que deixamos atrás de nós, pela história tantas vezes macabra desse nosso caminhar torto e vacilante sobre a terra. Sentir é o primeiro e mais eficiente passo para chegarmos ao entendimento mais pleno daquilo que não tem explicação.

Quem sente, não duvida: apologia ao nazismo é crime. Não devemos tolerar o intolerante. Dar liberdade aos que defendem tal ideia é permitir que eles tirem a nossa própria liberdade. É permitir que eles tirem a nossa própria vida.

Filme: O Pianista – O pianista polonês Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody) interpretava peças clássicas em uma rádio de Varsóvia, na Polônia, quando as primeiras bombas caíram sobre a cidade, em 1939. Com a invasão alemã e o início da 2ª Guerra Mundial, começaram também restrições impostas aos judeus poloneses pelos nazistas. Inspirado nas memórias de Szpilman, o filme mostra o surgimento do Gueto de Varsóvia, quando os alemães construíram muros para encerrar os judeus em algumas áreas da cidade, e acompanha a perseguição que levou à captura e envio da família de Szpilman para os campos de concentração. Wladyslaw é o único de sua família que conseguiu fugir.

Filme: Noite e Neblina – Realizado em 1955 sob encomenda do Comitê da História da Segunda Guerra Mundial, o filme mostra imagens reais dos prisioneiros e marca os dez anos do fim do conflito: um perturbador registro dos locais onde, até pouco tempo antes, funcionavam os campos de concentração nazistas. Acompanhando as imagens dos mesmos lugares – durante e depois da guerra – o filme é narrado pelo poeta francês Jean Cayrol, ele mesmo um sobrevivente dos campos de concentração.

 

Abaixo, links para assistir aos filmes no YouTube

 

O Pianista

 

Noite e Neblina

https://youtu.be/HjAT2J7yt1Y

 

 

Olivia Batista de Avelar. Professora de inglês, pós graduada em filosofia, apaixonada por cinema e escritora
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