A parentalidade positiva é uma filosofia de vida que ensina competências comportamentais, sócioemocionais e comunicacionais para que se possa estabelecer relações com maior prazer e significado.
Ao contrário da educação tradicional, em que os pais querem filhos obedientes e utilizam ameaças, castigos e punições para alcançar esses objetivo, na parentalidade positiva a criança recebe atenção à qualidade da comunicação, para que esta seja clara e empática.
Quem esclarece as diferenças é Mônica Pitanga, mãe da Luísa, do Thor e da Laila e Educadora Parental, como faz questão de ser apresentada. Ela diz que tanto o termo parentalidade positiva quanto disciplina positiva são novos no Brasil. Ela é mãe atípica e até recentemente presidiu o Mova-se, uma organização não governamental de Cachoeiro que luta por acessibilidade e mobilidade para pessoas com deficiência e idosos.
“Na educação tradicional a criança não tem muito direito de expor seus sentimentos e participar das decisões. Na parentalidade positiva, nos concentramos na promoção da inteligência emocional e envolvemos a criança na tomada de decisão, com responsabilidade, e praticamos o encorajamento”.
A educadora destaca que a parentalidade positiva é um caminho do meio, que está entre o modelo autoritário (onde os adultos dão muitas ordens e utilizam punições, palmadas, castigos e recompensas) e o modelo permissivo, onde as crianças crescem sem limites e regras claras.
“A parentalidade positiva utiliza firmeza com gentileza. O modelo abrange cinco pilares e três ferramentas. Os pilares são o respeito mútuo, vínculo, parentalidade proativa, liderança empática e educar sem punir”.
Quanto às ferramentas, a Educadora Parental esclarece que são a inteligência emocional, a arte das questões e a comunicação positiva. “O objetivo é a melhoria contínua seguindo a máxima de educar da cabeça para o coração”.
Mas o que exatamente faz um educador parental? Com a palavra Mônica Pitanga.
Somos profissionais que atuamos no nível do desenvolvimento das competências parentais. Atendo os pais ou cuidadores responsáveis pela criança e ajudo, por exemplo, na diminuição dos conflitos, briga entre irmãos, na promoção da escuta ativa, na melhoria do vínculo. Atuo na identificação e resposta adequada às necessidades específicas de cada família que me procura.
Pais que têm dificuldade em ser autoridade e colocar limites, pais super protetores que têm dificuldade em promover a autonomia dos filhos, entre outros. Sempre promovendo e privilegiando a saúde emocional das famílias, das crianças e dos jovens.
Qual é o maior desafio para os pais adotarem a Parentalidade Positiva ?
O maior desafio é tomar consciência de que para que os filhos mudem, é preciso que os pais mudem primeiro. Nós somos o modelo. Outro desafio é abrir mão de crenças que veem de nossos pais e avós. É preciso saber que “milagres” não existem. Educar exige esforço e os resultados nem sempre serão imediatos
No que a criança que recebe a Parentalidade Positiva é diferente da que recebe a educação tradicional?
Na Parentalidade Positiva, desenvolvemos o vínculo e o respeito mútuo. Com isso, as crianças crescem com uma boa autoestima, autoconfiantes, capazes de se comunicar, tomar boas decisões e lidarem com seus sentimentos.
Que mensagem você deixaria para os pais?
Não existem pais ideais e não existe filho ideal. Cada um de nós faz o melhor possível, com os recursos que tem. Lembre-se que ao educar crianças, você estará criando futuros. Qual é o ser humano que quer que seu filho seja lá no futuro? Aja agora em direção a isso.