No ano passado, a entrevista de um famoso músico canadense a um grande portal de notícias do Brasil me despertou uma curiosa observação. Ele dizia que a tecnologia está matando alguns estilos musicais pelo fato de as telas roubarem das crianças e jovens o tempo e o interesse que eles teriam para aprender a tocar instrumentos.
Essa fala me fez recordar minha adolescência, onde bastava ter um pequeno grupo de amigos reunido para sair música. Todo mundo se metia a cantar e tocar alguma coisa, mesmo que sem muita técnica. Alguns iam além, formavam bandas amadoras, uns poucos se profissionalizavam e há os que vivem como músicos até hoje.
Agora, vem o desafio: pergunte ao jovem de hoje se ele e seus amigos fazem “rodinhas de violão” ou se trocam arquivos de cifras, que antes eram revistas disputadas nas bancas. Quantos jovens que se dedicam à música vocês conhecem, seja como estudantes ou como apreciadores e curiosos?
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👉 Entrar no GrupoÉ bem possível que só tragam respostas positivas aqueles que frequentam igrejas, onde a música ainda é uma atividade muito presente. Aqueles cujas atividades sociais ocorram mais em meios não religiosos, possivelmente não terão, ou terão pouquíssimos amigos músicos.
Aplicativos, facilidades, distrações muito acessíveis na palma da mão vêm modificando as dinâmicas de interação e de aprendizado em todas as áreas, e com a música não tem sido diferente. Quem quer ficar horas fazendo escalas no teclado ou treinando arpejos no violão quando há tantos vídeos divertidos para assistir? E assim, as pessoas chegam à vida adulta dizendo que a qualidade das músicas atuais é inferior, mas onde está o estímulo à apreciação e produção de músicas bem instrumentadas, às boas interpretações? Onde está seu amigo músico?
