Uma quadrilha suspeita de desviar medicamentos do Hospital Menino Jesus, do município de Itapemirim, para revender em farmácias clandestinas foi presa nesta quinta-feira (10) pela Polícia Civil.
Na operação comandada pelo delegado Djalma Pereira Lemos foi preso um farmacêutico que trabalhava em uma unidade de saúde de Itapemirim. Ele foi preso no trevo entre Itapemirim e a BR 101, logo após o pedágio de Rio Novo do Sul.
O secretário municipal de Saúde de Itapemirim, Júlio César Carneiro, e sua equipe acompanharam a prisão do suspeito.
Alvará
A investigação teve início no dia 3 de outubro, quando uma equipe da Vigilância Sanitária do município se deparou com um alvará falsificado utilizado por um estabelecimento farmacêutico da região.
O secretário de Saúde registrou boletim de ocorrência e a Polícia Civil iniciou as apurações.
Na última quarta-feira (9), uma farmácia clandestina localizada no distrito de São José das Torres, em Mimoso do Sul, foi fechada pela equipe do delegado Rômulo Carvalho Neto, que prendeu o irmão do farmacêutico de Itapemirim.
Esse suspeito preso em Mimoso confessou ter desviado medicamentos da farmácia básica do Hospital Menino Jesus e que seu irmão era o dono da farmácia do distrito, que utilizava alvará falsificado em Itapemirim.
O farmacêutico preso estaria se preparando para abrir uma farmácia no distrito de Gomes, em Itapemirim. Ele foi conduzido pela polícia ao local, que estava fechado e foi necessário arrombar a porta, pois, segundo a polícia, o farmacêutico não cooperava com as investigações.
Na farmácia foram encontrados remédios da rede pública, com a tarja de venda proibida além de carimbos de outras farmácias nos municípios de Atílio Vivacqua e Piúma. Os medicamentos foram encaminhados para a perícia.
O farmacêutico foi preso em flagrante e levado para a Delegacia de Itapemirim, onde está sendo ouvido pelo delegado de plantão.
Indignação
O secretário de Saúde se mostrou indignado com a situação.
“Isso é um grande absurdo. Enquanto nós seguimos todos os certames legais preconizado pelos tribunais exatamente para não deixar faltar medicamento pra população, um desvio desta monta é um gargalo hediondo na rede pública”, afirmou.
“Faço questão de acompanhar as autoridades policiais bem como participar da apuração deste inquérito, a fim de identificar todos os responsáveis para que eles também sejam penalizados na esfera administrativa”, completou.