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Os “Revolucionários” fora de época

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Rafael Souza da Silva

“A melhor definição que posso dar de um homem é a de um ser que se habitua a tudo”. A frase escolhida para dar início ao presente Ensaio, é do Fiódor Dostoievski ( escritor russo).

Frase de forte impacto e que define bem meu pensamento. Essa habilidade de tocar e resumir em poucas palavras pensamentos complexos que revelam a realidade da alma e da natureza humana, é uma de suas fortes características ( do Dostoievski). O Sigmund Freud ( médico e fundador da psicanalise) também a reconhecia, dizia que o que ele precisava de trinta anos para entender, Dostoievski conseguia colocar apenas em uma frase.

Então, o que seria revelado na frase que dá início ao Ensaio? Ela nos revela nossa “covardia cotidiana”, significa que para manter coisas “banais”, como empregos, integridade física e mental, liberdade e se manter com vida. Para mantermos as “Banalidades” da nossa legítima sobrevivência, abdicamos facilmente de certos preceitos morais.

Trazendo para um exemplo prático: o regime nazista instaurado na Alemanha no ano de 1933, partido fundado em 5 de janeiro de 1919. Começou aos poucos a conquistar o poder e a influenciar a política e questões administrativas do país. Até atingirem seu auge de perseguição aos judeus, e povos “não-arianos”, com as Leis de Nuremberg em 15 de setembro de 1935. Fato que permitiu uma perseguição sistemática e organizado aos povos dos quais não gostavam.

Mas, o que fez o restante da população? Os não perseguidos, em sua maioria, continuaram suas vidas normalmente. Nos seus empregos e levando sua vida com a “covardia cotidiana” que temos em todos nós. Hoje, parece fácil constatar essa “covardia” histórica e apontá-los como cumplices do feito. Mas quem de nós agiria diferente? daqui posso ouvir ecos mentais e de alguns até verbais, dizendo que secretamente seriam contra o acontecimento e se possível combateriam o regime. Não precisa mentir para mim, ninguém vai lhe ouvir confessar essa verdade vergonhosa. Sei que diante de um confessionário, do oráculo e da sua consciência diz que seria apenas mais um “covarde do cotidiano”.

Se ainda sustenta que não seria apenas mais um levando sua vida comum, me diga: o que tem feito quanto a desigualdade social/econômica em nosso país? Enquanto uns esbanjam riquezas e farturas, outros morrem pela falta do mesmo. E você vai a sua empresa, a sua faculdade, a sua escola, a sua casa, como se isso não fosse um fato real e facilmente observável de nossa realidade. Da mesma forma que consegue manter uma vida comum perante este fato, por que há de julgar os mencionados acima? Não são igualmente covardes e indiferentes as injustiças causadas pelo governo e sistema econômico vigente?

No máximo fará um textão no Twitter e ficará por isso mesmo. Sim, aceite essa verdade dolorosa: você não é diferente das pessoas que foram indiferentes ao governo nazista.

 

Rafael Souza da Silva. Estudante de licenciatura em ciências biológicas pela UFRPE, escritor da obra Apologia de Paulo Freire e morador da cidade de jaboatão – PE

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