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Pesquisadoras do Espírito Santo fazem estágio na Suíça com apoio da Fapes

redacao
Redação Dia a Dia

Internacionalização da pesquisa científica, tecnológica e de inovação desenvolvida no Estado. É o que a adesão da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) à chamada internacional do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – Fundação Nacional de Ciência da Suíça (SNSF), de nº 29/2018, proporcionou à equipe que atua no projeto de pesquisa “Consequências de alterações da vegetação ripária para a cadeia de detritos em riachos temperados e neotropicais e o papel da biodiversidade”, executado pela Universidade de Vila Velha (UVV).

Por meio da adesão da Fapes, o projeto coordenado pelo professor doutor em Ecologia Marcelo Moretti recebeu, aproximadamente, R$ 400 mil da Fundação e 300 mil francos suíços da Fundação Nacional de Ciência da Suíça para o desenvolvimento.

“Essa parceria entre o Brasil e a Suíça, que, no nosso caso recebeu o apoio da Fapes, é muito significativa para a formação dos alunos. Tenho uma aluna de doutorado que é da Suíça e a estou coorientando. As pesquisadoras que trabalham comigo estão na Suíça agora e os pesquisadores suíços já vieram aqui para o Espírito Santo. Também já fui para a Suíça para trabalhar na pesquisa. E esse intercâmbio é muito produtivo. Estamos alcançando dados que são diferenciais e que têm uma importância muito grande para a área. Dados que vão conceder uma contribuição muito significativa para a valorização e a preservação desses rios de pequenos tamanhos, que muitas vezes são negligenciados”, explicou o coordenador Marcelo Moretti.

O projeto tem o objetivo de avaliar os efeitos do uso e a ocupação do solo em pequenos riachos do Espírito Santo e de Ticino, na Suíça, e é vinculado ao Laboratório de Ecologia de Insetos Aquáticos e ao Programa de Pós-graduação em Biotecnologia Vegetal da UVV. As pesquisadoras de Pós-doutorado Paula Omena e Larissa Corteletti, que fazem parte do projeto, estão na Suíça para a realização de estágio de 45 dias na Universidade de Ciências Aplicadas e Artes do Sul da Suíça (SUPSI), localizada em Mendrisio, no cantão de Ticino.

As pesquisadoras realizam o estágio desde junho para analisar a biomassa de fungos aquáticos decompositores coletados em riachos capixabas, que sofreram impactos pela remoção da vegetação ripária e proximidade com áreas de cultivo e criação de animais. Por atuarem no processo de decomposição de matéria orgânica em rios e riachos, estes fungos são importantes para a disponibilidade de energia para as teias tróficas e a manutenção da biodiversidade aquática, além de poderem ser utilizados como bioindicadores de qualidade de água.

“Nosso estudo busca compreender como o uso do solo pode alterar os padrões de diversidade de algas, que são produtores primários; fungos, que são os decompositores; e os macroinvertebrados, que são os detritívoros. E esse estágio é essencial, pois nele pudemos quantificar a biomassa de fungos acumulada em folhas, que é a matéria orgânica vegetal morta, e que foram experimentalmente incubadas em riachos com diferentes níveis de impactos antrópicos. A biomassa de fungos é um bom indicativo do funcionamento do ecossistema, uma vez que eles atuam na decomposição da matéria orgânica e ciclagem de nutrientes”, explicou Paula Omena.

A pesquisadora também comentou que a ida para o estágio na Suíça possibilitou o aprendizado do protocolo de extração de ergosterol, componente da parede celular de fungos e proxi de biomassa, técnica pouco conhecida no Brasil. “A quantificação da biomassa de fungos ainda está sendo realizada, mas os resultados preliminares do projeto indicam que a presença de áreas desflorestadas a montante altera características ambientais de trechos de riachos a jusante, como, por exemplo, a temperatura da água e a sedimentação. Além disso, a presença de tais áreas alteradas a montante parecem influenciar na composição das comunidades de invertebrados aquáticos”, afirmou Paula Omena.

Larissa Corteletti, que também está no estágio na Universidade de Ciências Aplicadas e Artes do Sul da Suíça (SUPSI), comentou sobre o apoio da Fapes para a realização do projeto. “A mobilidade acadêmica e o financiamento propiciados pela Fundação foi de fundamental relevância para a execução desse projeto, uma vez que nos permitiu todo o custeio durante a nossa permanência na Suíça, a participação na Conferência de Biodiversidade, realizada pelo mais renomado instituto de pesquisa envolvendo os ambientes aquáticos, a Swiss Federal Institute of Aquatic Science and Technology (EAWAG), envolvendo pesquisadores de várias nacionalidades, e oferecendo, assim, visibilidade internacional da produção científica, tecnológica e cultural brasileira. Nos propiciou também oportunidades para a atualização de conhecimentos e a incorporação de novos modelos de gestão da pesquisa, além de ampliar o nível de colaboração e de publicações conjuntas futuras entre pesquisadores que atuam dentro e fora do Brasil”, pontuou Corteletti.

Para o diretor técnico-científico da Fapes, Celso Saibel, o trabalho do Governo do Estado na adesão às chamadas internacionais, como a 29/2018 – Confap/CNPq/SNSF/Fapes, reforça o empenho da gestão no fomento da pesquisa científica e na valorização do pesquisador capixaba. “Os intercâmbios científicos apoiados pela Fapes, como no caso da pesquisa mencionada, são excelentes instrumentos para a consolidação das parcerias institucionais entre organizações capixabas e estrangeiras, além de manter o ecossistema de Ciência, Tecnologia e Inovação capixaba cada vez mais forte. Esses intercâmbios permitem aproximar pesquisadores de diferentes origens para buscar soluções de problemas complexos, multidisciplinares e que exijam uma colaboração estreita para a troca de experiências e resultados produzidos nos grupos envolvidos”, declarou Celso Saibel.

O projeto de pesquisa

As bacias hidrográficas têm sido afetadas negativamente devido à retirada da vegetação nativa da margem dos rios e à transformação dessas áreas para uso e ocupação da população. Como exemplo estão áreas de criação de animais, cultivo, agricultura, indústrias, cidades, entre outras atividades econômicas que demandam cada vez mais de espaço.

O projeto é coordenado pelos pesquisadores Marcelo Moretti, da UVV, e Andreas Bruder, da SUPSI. De acordo com Moretti, o impacto negativo que as bacias hidrográficas têm recebido, devido ao fato de a retirada da vegetação nativa e dos estudos atuais focarem mais nos grandes rios, foi um dos motivos para a realização do projeto. “O que muitas pessoas esquecem é que mais de 80% da parte úmida de uma bacia hidrográfica, ou seja, dos rios e riachos, são formadas por esses riachinhos de cabeceira, que são aqueles “filetinhos” de água não muito profundos. E são eles que têm sofrido maior impacto, pois nos preocupamos mais com a calha central, com o rio principal, que normalmente é mais profundo e mais largo, e esquecemos de olhar esses rios pequenos que também são fundamentais”, disse Moretti.

O estudo atua em duas vertentes que são as áreas de especialização dos coordenadores. Andreas Bruder é especialista em fungos aquáticos decompositores que ocorrem em riachos e já Marcelo Moretti se especializou em insetos aquáticos, que são indicadores de qualidade da água que também ocorrem riachos. “Como nós trabalhamos com dois grupos que são importantes para a biodiversidade aquática e ambos os grupos, os fungos e os invertebrados, são bioindicadores, a gente vem trabalhando juntos no intuito de medir e chamar atenção com dados científicos de que os impactos nesses rios de menor tamanho, que chamamos de riachinho ou córrego de cabeceira, também é fundamental”, pontuou Marcelo Moretti.

Os córregos de cabeceira dos rios são responsáveis pelo fornecimento de água para todas as espécies aquáticas, e para os processos ecológicos e serviços ecossistêmicos oferecidos pelas bacias hidrográficas. Visando a uma maior eficácia no estudo, os mesmos experimentos estão sendo repetidos no Brasil e na Suíça, e a equipe do projeto está comparando uma bacia tropical do Espírito Santo com uma bacia de região temperada na Suíça. “Isso tem permitido levantamentos de dados inéditos. A gente vai entender como que uma bacia tropical se comporta e o que ela tem de diferente de uma bacia temperada. Estamos conseguindo ter uma visão muito ampla com essa oportunidade de comparar ecossistemas. Assim, teremos uma resposta muito mais significativa”, destacou Moretti.

A chamada 29/2018 – Confap/CNPq/SNSF/Fapes

A chamada internacional foi lançada em 2018 e aprovou 12 projetos, sendo seis na área de Recursos Hídricos Relacionados à Questão Ambiental e seis na área de Tecnologias de Informação e Comunicação. O CNPq apoia oito projetos e as FAPs, coordenadas pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), apoiam outros quatro, sendo um deles o projeto coordenado pelo professor doutor Marcelo da Silva Moretti.

O objetivo da chamada foi apoiar projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento, que visem a contribuir significativamente para o desenvolvimento científico e tecnológico, e à inovação do País no âmbito da colaboração científico-tecnológica entre grupos brasileiros e suíços, nos temas priorizados para a colaboração.

A parceria entre o Brasil e a Suíça foi possível devido ao Memorando de Entendimento entre o Confap com o Fundo Nacional de Ciências da Suíça (SNSF), que foi assinado em 2019, com objetivo de apoiar a colaboração científica por meio de projetos conjuntos bilaterais. Todas as FAPs participam da parceria.

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