Cores que emendam o céu no mar, amarelos, roxos e azuis que abrilhantam o crepúsculo diante das curiosas íris humanas.
As ondas bamboleiam em vai e vem, gastando as rochas que nos sustentam, fortes, como deveríamos ser. Águas salgadas, com gosto familiar das lágrimas que escondemos na alma ferida, cortada profunda e cheia de areia…
O vento que sopra alto e veloz arranca seu grito inaudível, que é levado pela maré, a dor do existir é suprema e, diversas vezes, inexplicável.
Viver é tortuoso, escorregadio, escuro e solitário, por muitas vezes haverá fechos de luz intensa, que lhe queimarão a carne e lhe consumirão as entranhas.
A vida veio por vielas descartáveis, becos que se inclinavam por cima de mim, e me levou com ela, vazia de dor, porém cheia de emoção, cada passo aqui dado me construiu e me desfez, cada momento, me despiu e me cobriu de incertezas e a cada sopro eu fui forte…
Ou pelo menos tentei
A todo e cada amanhecer.