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Poema Bruno Pirama: Uma singela homenagem.

MARCIO DO NASCIMENTO SANTANA. O poema original se chama Juca Pirama e foi escrito por Gonçalves Dias em 1851. Possui na sua estrutura composição lírica, cujos versos retratam o drama vivido pelo último descendente da tribo Tupi, no momento de sua morte nas mãos de uma tribo antropófaga
Dom e Bruno

O poema original se chama I-Juca Pirama e foi escrito por Gonçalves Dias em 1851. Possui na sua estrutura composição lírica, cujos versos retratam o drama vivido pelo último descendente da tribo Tupi, no momento de sua morte nas mãos de uma tribo antropófaga. Juca Pirama é retirado da língua tupi e significa “o que há de ser morto”.

Nunca, entretanto, um poema foi tão contemporâneo, pois quantos guerreiros modernos já não vivenciaram esse drama e foram mortos, e todos por defenderem ideais elevados, e por fazerem o que o Estado sempre se omitiu a fazer, que era proteger os menos necessitados, e entre eles destaco : Chico Mendes, Dorothy Stein e agora infelizmente Dom Phillips e Bruno Pereira.

Por ser um poema  extenso, possuindo 484 versos, selecionei   apenas alguns para compor essa singela homenagem a esse dois sertanistas e grandes humanistas que pagaram com sua vida em defesa dos povos indígenas. Obs: Fiz apenas discretas alterações em alguns versos.

Bruno Pirama:

Sou bravo, Sou forte, sou filho do Norte, Guerreiros, ouvi!

Meu canto de vida,

Guerreiros, ouvi:

Sou filho das selvas,

Nas selvas cresci;

Guerreiros, descendo

Da tribo humanidade.

 

Por fado inconstante,

Guerreiros, nasci;

Sou bravo, sou forte,

Sou filho do Norte;

Meu canto de vida,

Guerreiros, ouvi.

 

Já vi cruas brigas,

De pessoas inimigas,

E as duras fadigas

Da guerra provei;

Andei longes terras

Lidei cruas guerras,

Vaguei pelas serras

Dos vis criminosos;

 

Vi lutas de bravos,

Vi fortes – escravos!

Então, forasteiro,

Caí prisioneiro

De um troço guerreiro

Com que me encontrei:

O cru dessossego

Do pai fraco e cego,

Enquanto não chego

Qual seja, – dizei!

 

Eu era o seu guia

Na noite sombria,

A só alegria

Que Deus lhe deixou:

Amazônia se apoiava,

Amazônia se firmava,

E em mim descansava,

No indigenista que sou.

 

Não vil, não ignavo,

Mas sou forte, sou bravo,

Nunca serei vosso escravo:

Aqui virei ter.

Guerreiros, não coro

Do pranto que choro:

Se a vida deploro,

Também sei VIVER,

E para sempre viverei. Viveremos.

 

Vão em paz, guardiães da Amazônia, na certeza que nunca morrerão de fato.

 

 

Marcio do Nascimento Santana, Historiador com formação em Arqueologia, Montanhista e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Cachoeiro de Itapemirim

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