Um empresário de 39 anos, proprietário de uma loja de armas em Cachoeiro de Itapemirim, foi preso por comércio ilegal de armamentos. A operação conjunta da Polícia Civil e do Exército Brasileiro resultou na apreensão de 49 armas, munições e documentos falsos.
Segundo a Polícia Civil, o empresário também falsificava documentos para justificar a saída de armas do estoque e agilizar processos burocráticos.
De acordo com o delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), o suspeito era conhecido entre os amantes de armas como um excelente armeiro e, há menos de dois anos, abriu sua própria loja.
“Ele dizia para os clientes que tinha um ‘caminho mais curto’ para facilitar a burocracia, prometendo entregar armas em tempo recorde, muitas vezes no mesmo dia”, explicou o delegado.
A investigação começou após denúncias feitas por instrutores de tiro e comerciantes legais, que notaram irregularidades no estabelecimento. O suspeito, que também é engenheiro mecânico credenciado pela Polícia Federal para manutenção de armas, utilizava documentos falsificados para obter vantagens.
Entre os esquemas identificados estavam a compra de armas internacionais sem autorização e a emissão de licenças falsas para treinamento de tiro.
Venda rápida e documentos falsos
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👉 Entrar no GrupoEnquanto o processo normal para aquisição de uma arma pode levar mais de um ano, na loja do empresário, os clientes recebiam o equipamento em questão de horas. O “caminho mais curto”, segundo o delegado, envolvia a falsificação de documentos que vinculavam o processo a uma unidade do Exército no Rio de Janeiro.
Desde o início do esquema, ao menos 15 armas foram vendidas ilegalmente para clientes, a maioria do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Além disso, nove armas desapareceram misteriosamente do estoque da loja, o que também está sob investigação.
Loja fechada e sigilo bancário quebrado
Após a prisão em flagrante, a loja foi fechada pelo Exército e permanece interditada. Todas as armas foram apreendidas, e a Polícia Civil iniciou o processo de identificação do material.
Contas bancárias do empresário foram bloqueadas e o sigilo bancário foi quebrado para rastrear movimentações financeiras relacionadas ao esquema.
“Mesmo as armas adquiridas legalmente não poderiam permanecer na loja. Estamos realizando uma triagem para identificar os clientes que compraram armamentos com documentação falsa, para entender se eles foram enganados ou se compactuavam com o esquema”, acrescentou o delegado Rodrigues.
O suspeito segue preso preventivamente, respondendo por uso de documentos falsos, comércio ilegal de armas e associação para o tráfico