Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, a polícia prendeu na manhã desta terça-feira (7) o marido da dona de casa Maria Luíza Correia, 26 anos, cujo corpo foi encontrado no dia 27 de fevereiro nas águas do Rio Itabapoana, em Mimoso do Sul.
Familiares da vítima foram para a frente da Delegacia de Mimoso do Sul protestar. Com cartazes nas mãos, eles pediam por Justiça.
O campeiro Reginaldo de Oliveira Pacheco, 44 anos, é o principal suspeito do feminicídio. Ele foi preso em sua casa durante ação conjunta da Polícia Civil e Polícia Militar. Nas buscas, os policiais apreenderam uma espingarda sem registro. A PC não informou se ele confirmou ou se está negando ter cometido o crime.
Quando foi encontrada no rio, Maria Luíza estava com uma sacola encobrindo a cabeça e o corpo amarrado a uma coluna de concreto que foi lançada no fundo do rio. A polícia ainda não informou a causa-morte.
“Ele é um mentiroso. Mentiu para mim o tempo todo. Dizia que ela estava dormindo. Eu confiava nele. O considerava como filho”, disse o padrasto de Maria Luíza, o catador de material reciclável, Jorge Souza Machado, 50.
Jorge contou que perdeu o contato com a enteada de quinta (23) para sexta (24). No domingo (26), ele foi até a casa dos dois e encontrou a porta trancada com cadeado. “Ele estava, mas disse que ela estava dormindo, dopada de remédio”, lembrou.
O padrasto disse que retornou na terça-feira (28), pela manhã. Encontrou a porta aberta e entrou. “Aí, ele disse que ela tinha saído cedinho, bem arrumada”, explicou. Logo depois, soube que o corpo foi encontrado no rio.
A mãe de Maria Luíza, a trabalhadora rural Maria José Pereira Correia, 44, disse que a família torcia para que o suspeito fosse preso. “Sei que tudo que fizermos não irá trazer minha filha de volta, mas não podemos ficar de braços cruzados. Ele tem que pagar e se tiver mais alguém envolvido que pague também. Nossa filha não ficará esquecida”, disse.
O delegado Daniel Correia Sousa informou que o companheiro da vítima foi preso por meio de mandado de prisão temporária, expedido pela Justiça na segunda-feira. Além disso, também foi preso em flagrante por porte ilegal de arma, devido à espingarda sem registro encontrada durante as buscas.
Ainda, de acordo com o delegado, o suspeito será conduzido ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro de Itapemirim. “Estamos realizando outras diligências. As investigações continuam e, por isso, não podemos adiantar mais informações para não atrapalhar os trabalhos”, destacou.