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Preconceito é coisa de adulto

ESCRITORAS CACHOEIRENSES - Mércia Souza. “Deixei vir a mim as criancinhas, pois delas é o reino do céu.” Não pretendo falar aqui de religião, mas aprendi o significado dessa frase em uma manhã de quarta-feira.

“Deixei vir a mim as criancinhas, pois delas é o reino do céu.”

Não pretendo falar aqui de religião, mas aprendi o significado dessa frase em uma manhã de quarta-feira.

Era um dia normal, mas a lição que aprendi naquele dia me marcou para sempre.

Ouvi muitas vezes que as crianças são maldosas, ouvi frases cruéis e preconceituosas ditas por crianças e algumas vezes cheguei até a pensar que sim, elas são cruéis quando querem.

Aos poucos fui percebendo que não é verdade, as crianças tem em si a inocência do amor, elas são honestas, são empáticas, são carinhosas, mas de acordo com sua realidade, com o que ouvem dos adultos e da sociedade vão moldando em si a maldade humana e por vezes se tornam racistas, machistas e preconceituosas, mas não nasceram assim, ninguém nasce assim.

Naquela quarta, tudo o que tinha para dar errado deu, e eu que tinha como obrigação materna a responsabilidade de comparecer à reunião de pais não consegui.

Mesmo assim, fui até a escola, assinar os boletins e me desculpar por não comparecer.

A reunião havia terminado, grande parte dos alunos ainda estavam na escola, haviam dividido a reunião por série.

Assim que entrei, o pedagogo me pediu para aguardar, tinha três pais na minha frente. Decidi então dar uma volta na escola a procura do meu filho.

O encontrei na quadra, com um grupo de alunos, jogando basquete, entre eles um garoto cadeirante.

Os meninos todos com idade média de 10 a 12 anos passavam a bola um para outro normalmente, quando a bola tomava a direção do cadeirante os colegas empurravam a cadeira a toda velocidade e o garoto apanhava a bola.

Fiquei observando a sincronia dos meninos que faziam parte do time, aquele que tivesse mais perto empurrava a cadeira, ninguém precisava dizer nada, não houve um momento que o garoto fosse deixado para trás, ele simplesmente era parte natural da equipe, parecia uma jogada ensaiada por anos tamanha a facilidade e naturalidade entre eles.

Fiquei encantada!

Mais tarde, ainda com aquela belíssima imagem na mente, comentei com meu filho.

— Aquele menino estuda com você?

— Qual deles? Ele respondeu, inocente.

— O cadeirante.

— Ah, sim.

Uma resposta curtíssima, eu havia visto algo diferente, encantador entre as crianças, para ele nada tinha de diferente. Continuei:

 — Ele foi estudar com você esse ano?

— Não, acho que estudamos juntos desde o primeiro ano.

— E você nunca me falou dele.

— Falar o quê?

— Verdade, achei interessante vocês empurrando a cadeira dele para que possa jogar.

Meu filho me olhou sem entender o interrogatório e disse:

— O que tem de interessante, é normal , ele gosta de jogar com a gente.

Me recolhi tamanha insensatez da minha parte, ele tinha razão, o que tinha de diferente? Por que falar que estudava com um cadeirante e entendi que a faculdade deles em fazer com que o menino participasse do jogo, em empurrar a cadeira para o menino jogar a bola, ao invés deles buscarem a cesta, era a empatia e bondade de uma criança, com sua riqueza interior.

Entendi a importância da educação e passei a questionar minhas atitudes.

O que há de diferente em ser diferente?

Somos todos diferentes e isso é lindo!

Mércia Souza. Nasceu no interior do Espírito Santo e, aos 12 anos, iniciou sua paixão pela escrita e leitura. Aos 17 casou-se e a vida corrida de dona de casa e mãe fez com que abandonasse a escrita e diminuísse seu tempo com a leitura. Há 4 anos, redescobriu sua paixão e se tornou autora de dois romances. Atualmente, vive com seus três filhos em Cachoeiro de Itapemirim.

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