A prisão de duas pessoas em Cachoeiro de Itapemirim que tentavam confeccionar passaportes com o uso de documentos falsos foi o pontapé inicial para que a Polícia Federal desvendasse um esquema de migração ilegal de brasileiros para os Estados Unidos.
Com o aprofundamento das investigações foram identificados outros suspeitos que residem no Estado de Minas Gerais. Os levantamentos culminaram com a Operação Coyote deflagrada na manhã desta terça-feira (7).
Ao todo seis mandados de busca estão sendo cumpridos pela Delegacia de Polícia Federal de Cachoeiro de Itapemirim, com apoio da Superintendência Regional de Minas Gerais, nas cidades mineiras de Capitão Andrade, Felixlândia, Governador Valadares e Pescador.
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de Vitória e decorrem de investigação da Regional capixaba da PF que investiga o envio ilegal de pessoas da região de Governador Valadares para os EUA.
Segundo a investigação, os envolvidos atuam no esquema identificado como “Cai Cai”, no qual há a utilização de crianças e adolescentes com documentos falsos, simulando um parentesco de pai e filho, para facilitar a entrada e permanência de maiores de idade no território norte americano.
Os custos da viagem eram patrocinados por pessoas conhecidas como “coyotes”, que posteriormente recebiam vultosos valores daqueles que conseguiam ingressar no país estrangeiro, como contrapartida pelos serviços prestados. Em muitos casos há a confecção de falsos registros de paternidade dos menores, para permitir que terceiros os utilizassem no esquema.
As práticas investigadas configuram, em tese, os crimes definidos nos artigos 232 – A, 245, § 1º e 2º, 297, 299 e 304 do Código Penal, bem como artigos 238 e 239 da Lei n° 8069/90 (Estatuto da Criança e Adolescente).