A seleção de 20 amostras de café conilon classificadas na 1ª etapa de avaliação sensorial do Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo foi divulgada nesta sexta-feira (9). Os 20 produtores finalistas estão distribuídos entre os municípios de Afonso Cláudio, Santa Teresa, Muqui, Alegre, Iúna, Castelo, Conceição de Castelo, Jerônimo Monteiro, Muniz Freire e Vargem Alta.
Os avaliadores ressaltaram que os melhores cafés foram registrados em altitudes de 400 a 750 metros. Isso pode estar relacionado ao fato de os produtores dessas regiões tradicionalmente também produzirem café arábica.
Os degustadores avaliaram vários aspectos como aroma, sabor, doçura, acidez, equilíbrio, sabor residual etc. As amostras foram avaliadas por cinco degustadores de atuação reconhecida no Estado, com o protocolo SCA/CQI seguido à risca.
O prêmio é uma realização do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) junto à Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).
Qualidade
Entre as mais de 200 amostras de café conilon avaliadas, 38% alcançaram um alto nível de qualidade. Outros 34% também se mostraram bons cafés, sem defeitos sensoriais. Apresentaram adstringência acentuada 7% dos cafés, caracterizando uma colheita precoce, antes que o ponto de maturação ideal fosse alcançado.
Por avaliação final, 34% apresentaram defeitos que os excluem da qualificação, sabor característico de deterioração da semente, gosto ou odor residual de fumaça etc.
“Esse resultado está mais relacionado ao fato desses produtores possuírem maior vivência em relação à qualidade. Mas, muitas amostras da região Norte apresentaram lotes maiores e também qualidade consideradas especiais. Já podemos adiantar que ao final do Prêmio, o Estado vai mostrar o que melhor existe de café conilon”, destacou o pesquisador do Incaper e um dos organizadores do Prêmio, José Altino Machado Filho.
Para o coordenador técnico de cafeicultura e pesquisador do Incaper, Abraão Carlos Verdin Filho, o resultado prévio mostra a potencialidade do café conilon e também evidencia as ações necessárias para aumentar a qualidade da produção capixaba.
“Em um ano conturbado pela pandemia do novo Coronavírus, a quantidade e a qualidade das amostras inscritas muito nos surpreenderam. Muitos cafés apresentaram qualidade que os qualificam como cafés especiais, com nota de 80 pontos acima. Agora, os produtores selecionados para a etapa de sustentabilidade e a segunda avaliação sensorial devem ficar atentos”, disse.
Visitas técnicas
A equipe de avaliação do Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo fará visitas técnicas nas propriedades. Uma nova amostra do lote de um quilo será coletada e novamente reunida a fim de que uma equipe maior de avaliadores refine a nota desses cafés.
Os trabalhos foram conduzidos adotando as medidas de segurança necessárias frente à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). A equipe de ajudantes e avaliadores foi testada e xícaras e utensílios não foram compartilhados.
Café arábica
O Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo ainda está com as inscrições abertas para as amostras de café arábica até o próximo dia 20 de outubro. Podem participar cafeicultores de todos os municípios capixabas, desde que atendam aos requisitos apresentados no regulamento.
Os cafeicultores participantes concorrem a uma premiação que chega a R$ 130 mil, oferecida com o patrocínio da Syngenta; da Nescafé; do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes); do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Espírito Santo (OCB-ES), do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob-ES) e da empresa Fertilizantes Heringer. O Prêmio também conta com o apoio da Fundação de Desenvolvimento Agropecuário do Espírito Santo (Fundagres) e de várias empresas, instituições e entidades do ramo.
A entrega do prêmio está prevista para ser realizada em uma solenidade a ser agendada para o fim do ano. Na ocasião, também será realizada a Mostra Anual de Cafés Especiais com os 20 melhores Arábica e os 20 melhores Conilon do Espírito Santo.