Em pronunciamento na noite desta terça-feira (31), o presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou que laboratórios do Exército vão produzir no prazo de 12 dias 1 milhão de comprimidos de hidroxicloroquina para ajudar no tratamento do coronavírus.

O medicamento, usado no tratamento da malária e lúpus, tem sido utilizado em alguns hospitais do país em pacientes com covid-19. Instituições de saúde afirmam ter verificado efeito positivo, principalmente em combinação com o azitromicina, apesar da comunidade médica reforçar que não há comprovação científica no uso do medicamento.

Em reportagem publicada nO Antagonista, o diretor executivo do plano de saúde Prevent Senior, que faz testes com o medicamento, Pedro Benedito Batista, garantiu que o tratamento teve sucesso em mais de 50 pacientes, inclusive em pessoas que já estavam entubadas.

Médicos e o próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no entanto, ressaltam que o medicamento só deve ser utilizado em ambiente hospitalar, devido efeitos colaterais como por exemplo alterações no batimento cardíaco e queda de pressão.

Além disso, o remédio não previne a doença. Aliás, ainda não há vacina ou remédio que garanta a cura do covid-19. Até o momento, a melhor alternativa, segundo os especialistas, é evitar contrair a doença, por meio de redução de contato social.

Autoridades pedem à população que não compre a hidroxicloroquina nas farmácias para o covid-19 pois, além de não ser recomendado o uso fora do ambiente hospitalar, o ato prejudica pessoas usam o medicamento em outras doenças como malária, lúpus.

 

OUTROS TRECHOS DO PRONUNCIAMENTO

Havia grande preocupação de que no pronunciamento o presidente se manifestasse contrário às ações de controle de contato social como fez em outras ocasiões, mas não foi o que ocorreu.

Leia abaixo, alguns trechos do pronunciamento de Bolsonaro.

 

DESAFIO

“Agora estamos diante do maior desafio da nossa geração. Minha preocupação sempre foi salvar vidas, tanto as que perderemos pela pandemia quanto aquelas atingidas pelo desemprego, violência e fome”.

 

OMS

“O diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedras Adhanon, citou que muitas pessoas tem que trabalhar todos os dias para ganhar seu pão diário e que governos tem que levar essa população em conta”.

 

PREVENÇÃO

“Não me valho dessas palavras para negar a importância das medidas de prevenção e controle da pandemia, mas para mostrar que da mesma forma precisamos pensar nas mais vulneráveis”.

 

AMBULANTE

“O que será do camelô, do ambulante, do vendedor de churrasquinho, da diarista, do ajudante de pedreiro, do caminhoneiro e de outros autônomos?”

 

SUS

“Determinei ao ministro da Saúde que não poupasse esforços, ampliando através do SUS a todos os estados do Brasil aumentando a capacidade por meio da rede de saúde e preparando-os para o combate à pandemia”.

 

RESPIRADORES

“Estão sendo adquiridos novos leitos, já com respiradores, equipamentos de proteção individual, kits para testes e demais insumos necessários”.

 

EMPREGO

“Determinei ao nosso ministro da Economia que adotasse todas as medidas para proteger sobretudo o emprego e a renda dos brasileiros”.

 

AUXÍLIO

“Através de ajuda financeira a estados e municípios, linhas de crédito para empresas, auxílio mensal de R$ 600 aos trabalhadores informais e entrada de mais 1,8 milhão de famílias no bolsa-família. Adiamos pagamento de dívidas para estados e municípios”

 

REMÉDIO

“Hoje, em comum acordo com a indústria farmacêutica, adiamos por 60 dias o reajuste de medicamentos no Brasil”.

 

CAUTELA

“Temos a missão de salvar vidas, sem deixar para trás os empregos. Cautela para todos e precaução com todos, principalmente idoso e portadores de doença”.