A partir desta segunda-feira (23), farmácias e drogarias de todo o país vão começar a reter as receitas de medicamentos agonistas GLP-1, conhecidos como canetas emagrecedoras.
A decisão foi tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aumentar o controle e garantir mais segurança aos usuários.
Entre as substâncias estão semaglutida, liraglutida, dulaglutida, exenatida, tirzepatida e lixisenatida.
O controle passa a valer para medicamentos como Ozempic, Mounjaro e Wegovy, usados para controle de peso e tratamento de diabetes.
A Anvisa destacou que a mudança foi necessária após receber muitos relatos de efeitos adversos ligados ao uso desses remédios fora das indicações aprovadas.
Os dados são registrados no sistema de farmacovigilância VigiMed e mostraram uma frequência muito maior de casos no Brasil do que no restante do mundo.
“Estamos falando de medicamentos novos, cujo perfil de segurança a longo prazo não é totalmente conhecido. Por isso, é fundamental o monitoramento e a vigilância. O uso sem avaliação e acompanhamento médico aumenta riscos e potenciais danos à saúde”, alertou o diretor-presidente substituto da Anvisa, Rômison Rodrigues Mota.
Agora, as receitas devem ser emitidas em duas vias e poderão ser utilizadas por até 90 dias após a emissão.
A farmácia ou drogaria reterá uma das vias no momento da venda e registrará todas as operações no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC).
A Anvisa ressaltou que o médico pode continuar prescrevendo esses medicamentos para usos não previstos na bula (off label), desde que avalie criteriosamente o caso e informe o paciente dos riscos e benefícios envolvidos.
A retenção da receita para canetas emagrecedoras foi defendida por entidades como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a Sociedade Brasileira de Diabetes e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.
Segundo as instituições, o uso indiscriminado prejudica a saúde e impede que quem realmente precisa do tratamento tenha acesso a ele.
Fonte: Agência Brasil
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