Imagine uma semana inteira de espetáculos no Teatro Rubem Braga daqui a um ano e com um cenário completamente refeito… Essa é a previsão feita pela secretária municipal de Cultura e Turismo de Cachoeiro, Fernanda Maria Merchid Martins Moreira, durante assinatura da Ordem de Serviço, nesta terça-feira (24), no Salão Nobre do Palácio Anchieta.

“Não ouso pensar em qual tipo de espetáculo teremos na reinauguração, mas eu acredito que seja mais de uma semana de programação porque todo mundo quer né? Eu me emociono muito porque participei do primeiro resgate do espaço, desde a limpeza, quando os artistas cachoeirenses entraram como voluntários com baldes, vassouras, pá e enxada tirando a lama lá de dentro, limpando o que sobrou da enchente em 2020. Então, o Rubem Braga já vem sendo reconstruído no nosso coração há muito tempo”, diz a secretária.

O equipamento cultural está fechado há cerca de três anos, devido à enchente que devastou o município, em janeiro de 2020. À época, as águas do Rio Itapemirim atingiram as cadeiras da plateia, os equipamentos de som e até o piano, que ficou submerso até a altura do teclado.

“O teatro vai ser completamente refeito com plano de acústica individualizado para o espaço, com novos equipamentos, novas vestimentas, ele vai ser reconstruído no aspecto cênico, hidráulico, elétrico, será todo modernizado e com acessibilidade de palco. Esse teatro representa a maior ferramenta de fomento da região porque é aberto desde a comunidade estudantil com formação de público e de artistas até os espetáculos mais profissionais que giram o país. É um espaço cultural aberto a todos os níveis de aprendizado artístico.”

As obras a serem realizadas no teatro vão contemplar, entre outras intervenções, acessibilidade geral do público e dos artistas, readequação da bilheteria, das salas administrativas, dos sanitários públicos, climatização e ar-condicionado, nova formulação da assinatura acústica (com a alteração total do formato do forro). Além disso, a sonorização será dimensionada para atender aos mais diversos tipos de apresentações.

A  secretária de Cultura enumera as etapas pelas quais o espaço deve passar.

“Na planilha, o prazo é de um ano de obras mas sinceramente acho que pode levar um pouco mais porque são muitos detalhes; a licitação vai ter que ser feita em duas etapas: a primeira parte arquitetônica, hidráulica e elétrica e depois teremos um segundo passo com a compra de equipamentos, que é uma outra seara. Como é uma obra muito complexa, a primeira parte está prevista, se não me engano com projeto para um ano de obras, mas tem a segunda etapa que é de equipar o teatro. Daqui a um ano, os preços vão ser revistos e cotados novamente, isso tudo atrasa um pouco, mas eu acredito que em breve o teatro vai voltar para a população e vou torcer para esse tempo passar bem rápido.”

Custos

Na cerimônia de assinatura da Ordem de Serviço, o Governo do Estado anunciou o repasse de recursos para a reforma e ampliação do Teatro Municipal Rubem Braga no valor de R$ 3.542.535,22 com recursos do Estado, por meio de convênio com a Prefeitura.

O teatro tem o borderô, um extrato minuciado dos créditos e débitos de uma conta ou dos movimentos de uma operação, e tem taxas de funcionamento para quem utiliza, mas segundo Fernanda as taxas são muito baixas.

“Vamos dizer que o teatro custa (custava quando estava aberto) em torno de R$ 300 mil/ano e ele produz para o caixa do teatro, para o fundo municipal, em torno de R$ 30 mil. Isso quer dizer que ele devolve 10%. O que ele custa para a gestão pública não representa nem 10% do que ele recolhe para o fundo municipal do teatro.”

A respeito do valor de ingresso, a secretária considera ser ainda muito cedo para traçar o funcionamento operacional do teatro. Ela define o papel da cultura, uma marca de Cachoeiro, como instrumento de avanço da civilização.

“Eu acredito firmemente que educação e cultura podem trazer o avanço civilizacional; nada vai desenvolver mais as sociedades, as civilizações do que a cultura e a educação, e cultura é a nossa tradição, é o respeito ao outro, é a diversidade, é o lidar com aquilo que é do outro, é a expressão de si mesmo e da sociedade.”

O prefeito Victor Coelho assinou o documento que autoriza o início das obras na solenidade que lotou o Salão Nobre do Palácio Anchieta.

“O maior presente que estamos ganhando é o Teatro Rubem Braga. Uma das marcas que ficaram daquela enchente foi o teatro que, infelizmente, ainda não conseguimos recuperar. Nunca se investiu tanto na história de Cachoeiro quanto nesses últimos anos. Com essa parceria, vamos construindo a cidade que queremos”, pontuou o prefeito.

A secretária de Cultura ressaltou que o Teatro é um instrumento de fomento constante, há mais de 20 anos, mantido pela administração pública como palco das mais diversas manifestações artítiscas de todos os níveis.

“É a administração pública investindo na classe artística o ano inteiro, todo o equipamento com profissionais experimentados à disposição para que a classe artística possa trabalhar. O Teatro é uma ferramenta de grande importância na gestão pública de cultura e não é só de Cachoeiro não, mas de toda região Sul.”