O ano era 1890 e o caubói galopava tranquilamente em seu alazão, rumo ao pôr do sol, e a noite já se fazia anunciar com o uivo dos coiotes e a revoada dos pássaros, a vida nas pradarias do Arizona aos poucos iam buscando refúgio, como se estivessem fugindo de algo ou de algum ser. Nesse momento, o caubói tragava seu fumo de rolo, quando o seu cavalo pressente o perigo e relincha, empaca, bate os cascos e se desespera. Um grito agudo e feroz se faz ouvir, o vaqueiro com medo cospe seu cigarro e saca sua colt se preparando para o pior.

Ele olha para todos os lados e não consegue identificar a misteriosa criatura que o ameaça, mas era tarde demais, o terror veio do alto, com olhos ensandecidos de loucura e selvageria, o ser maligno começa a segui-lo e seu rufar de asas é semelhante ao som de um trovão avassalador que a tudo destrói, o caubói olhando para o seu insólito carrasco alado dispara sua arma, mas em vão pois o monstro parecia ser imune a armas de fogo e quando ele mergulha põe fim definitivamente ao tormento de sua vítima. Essa criatura da loucura meus caros leitores seria o Pássaro Trovão ou o Pterodátilo de Tombstone.

O Pássaro Trovão

Seria uma ave mística lendária, característica dos Estados Unidos, que segundo os nativos norte-americanos ela é dotada de poderes mágicos, entre eles, o de controlar o clima, gerando nuvens, relâmpagos e tempestades, tudo conforme voa…Elas também podem sentir o perigo e trazer boa sorte. Mas em 26 de abril de 1890 essa lenda começa ganhar ares de verdade, quando o jornal Tombstone Epitaph da próspera cidade de prata Tombstone, no Arizona, publica um artigo que detalhava o fantástico avistamentos e consequente abate de uma enorme criatura alada muito semelhante a um Pterodátilo.

O monstro foi abatido por rancheiros veteranos da guerra civil que descrevem esse misteriosos ser alado como uma espécie de jacaré gigante com enormes asas de morcego e uma alongada cauda. Eles conseguiram com muito esforço arrastar a criatura até um galpão onde teria sido feita uma fotografia desse gigante dos ares.

Segundo o jornal, o réptil espetacular tinha cerca de 3 metros de comprimento, por 1 metro e 60 de largura e um par de asas que atingiam incríveis 18 metros de envergadura. A enorme cabeça da besta era alongada atingindo 1,80 de comprimento, dotada de fortes mandíbulas que por sua vez, era repletas de dentes afiados e olhos grandes como conchas…A descrição de um dinossauro sem dúvidas. Seria esse réptil alado o pássaro trovão das lendas indígenas?

A Polêmica
Esse caso ganhou proporções enormes, atraindo pesquisadores e criptozoólogos de todas as partes dos EUA para o Arizona, mas nenhum deles conseguiu registrar novos avistamentos e muito menos acharam os restos mortais do Pterodátilo abatido e já no ano de 1966, o Tombstone Epigraph já havia fechado as portas, contudo um de seus diretores que ainda permanecia vivo, desmentiu a veracidade da fotografia, garantindo que tudo não passava de uma armação e que a fotografia era uma fraude.

Mas em 1969 o Escritor e Historiador H.M. Cranmer publicou um artigo que testificava a legitimidade do ocorrido e a veracidade da fotografia. Esse pesquisador afirma ter colhido relatos de dezenas de pessoas, entre elas, os índios, que lembravam do dia em que o Pássaro Trovão foi abatido e levado até a cidade. Ele entrevistou inclusive o filho de um dos homens que abateram a criatura. Mas seja como for a foto original desapareceu, o que impede uma perícia técnica às luzes das novas tecnologias, e com o seu desaparecimento, também se esvai a esperança de solucionar mais um mistério.

Atualmente
A região árida do deserto do Arizona com suas imponentes montanhas oferecem grandes planícies, água e alimento, formando um habitat perfeito para um pterodátilo sobreviver e prosperar. A existência desse animal magnífico é facilmente percebido nas pinturas rupestres das tribos indígenas feito nas rochas e nas histórias que ecoam através do tempo a seu respeito. Muitos criptozoólogos acreditam que se realmente ela existiu foi definitivamente extinta em meados da década de 1930 quando a colonização e a industrialização daquela área se tornaram mais acirrada. E a foto? Muitos afirmam que ela realmente existiu, e que apenas meras copias conseguiram sobreviver ao tempo e a História.

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