Era noite de sexta feira 13, a tempestade já se fazia anunciar ao longe com seus poderosos trovões, e a criança sozinha em casa, admirava um quadro na parede. Uma obra de arte aparentemente inofensiva que aos poucos foi modificando o semblante do inocente. A expressão de curiosidade deu lugar a uma expressão de medo, terror e pânico. Essa criança estava diante de um quadro mal assombrado. Ela estava diante de um autentico quadro de Bragolin. E um grito apavorante se fez ouvir.
Os Bragolins
Ou comumente conhecidos como Quadros das Crianças que Choram eram na realidade uma coleção de 27 quadros, pintadas na década de 1950 pelo pintor italiano Giovanni Bragolin, que ao lançar essa coleção obteve em pouco tempo um enorme sucesso de vendas se espalhando ao redor do mundo. Vendendo inúmeras copias atingindo o auge do sucesso entre as décadas de 1970 a 1980. Porém meus caros leitores, existia algo sinistro com essas obras.
Essas pinturas eram de crianças pobres, com belos semblantes e com lágrimas nos olhos. E na maioria das vezes olhando para frente, elas, de forma muito discreta, aparentavam demonstrar uma espécie de medo e terror através das pinceladas feitas a óleo.
Apesar do enorme sucesso comercial, as coisas para o nosso pintor italiano começaram a mudar a partir de julho de 1985, quando um jornalista do jornal britânico The Sun, menciona em uma de suas matérias sobre um incêndio residencial, no norte da Inglaterra, em que um desses quadros, seria o único objeto da casa a sobreviver as agressivas chamas.
Após esse evento, um bombeiro inglês veio a publico declarar ter presenciado vários outros incêndios, onde apenas esses quadros permaneciam intactos e incólumes dentre os escombros. E a partir daí a polícia, contabilizou cerca de 50 incêndios relacionados a esses quadros. Investigação essa que resgatou histórico de incêndios desde 1973.
O Pacto com o Demônio
Com a repercussão das noticias ao redor desses macabros quadros, vários leitores do jornal The Sun, e várias igrejas começaram a organizar uma grande fogueira para queimá-los e assim encerrar o ciclo maligno de maldição das crianças de Bragolin.
Uma explicação foi especulada que o estrondoso sucesso foi fruto de um pacto entre Bragolin e o demônio. E que os quadros não retratavam apenas crianças inocentes e sim que os quadros aprisionavam as almas delas. Além de possuir inúmeras mensagens subliminares.
Lenda Urbana no Brasil
Na década de 90 essa história chegou com tudo no Brasil, onde os quadros também foram comercializados, porém o que se especulava que os quadros em sua posição normal era apenas uma criança chorando, e ao virar o quadro de lado um peixe ou um monstro aparecia engolindo a cabeça dessa criança. E não faltou padres e pastores dizendo que as crianças retratadas nessas obras, eram vitimas de torturas e sacrifícios.
Explicação lógica
Na realidade nunca existiu nenhuma maldição, mas existe forte indícios que esses quadros que foram produzidos em massa foram vitimas de Fake News, pois na década de 1980 o jornal The Sun enfrentava uma acirrada concorrência com o jornal Daily Mirror e precisava desesperadamente vender seus folhetins diários.
Então editor do The Sun, Kelvin Mackenzie, teria inventado essa história com claro objetivo de provocar pânico, mídia e sobretudo altas vendagens de jornais, explorando ao máximo todos os aspectos sensacionalistas que criara ao redor desse boato maldoso. E sim, meus caros leitores, a maioria dos incêndios ligados aos quadros tinha uma explicação lógica, e o fato dos quadros não queimarem, eram porque foram impressos em chapas de compensado de alta densidade, que dificultava a combustão.
E Giovanni Bragolin era o nome artístico de Bruno Amadio, o verdadeiro pintor dessas obras. Confiram mais detalhes no vídeo em anexo:
Para saber mais: