O Demônio de Jersey

É uma das mais emblemáticas e populares criaturas lendárias, ou criptidio dos Estados Unidos, e que  habitaria na extensa floresta de Pine Barrens ao sul de Nova Jersey. Segundo relatos de várias testemunhas ao longo dos séculos, esse ser monstruoso possui uma gigantesca cabeça de cavalo, anda em duas patas, é coberta de pelos e possui enormes asas de morcegos. Em outras versões ela teria chifres de cervos, patas de canguru e uma cauda pontiaguda. Porem todas as descrições são unânimes em afirmar que esse ser possui grandes e aterradores olhos vermelhos, além de emitir um altíssimo grito, semelhante ao de uma mulher, porém com a capacidade de paralisar a vítima.

A Origem do Mito

Segundo as lendas indígenas da região, tudo começa em 1735, quando uma bruxa chamada Leeds de Estelville, que residia nas imediações da floresta, estava dando a luz ao seu 13º filho, quando de repente como se possuída por uma entidade das trevas, ela teria proferido as seguintes palavras: Que este seja amaldiçoado. Na sequência,  a criança, que nasceu cheia de deformidades, dotada de asas e uma descomunal força sobre-humana,  imediatamente matou seus pais e depois teria fugido para a floresta onde permanece até os  dias de hoje assombrando os mais incautos. A maldição da bruxa seria uma forma de se vingar da comunidade Quaker que a perseguia. O Demônio de Jersey seria uma criatura do inferno que caçaria e mataria os cristãos.

E em 1740 esse demônio teria sido encontrado e desafiado por um padre, que o confrontou e o exorcizou e por muitos anos a criatura teria desaparecido. Porém a partir do século 19 ela novamente voltou a ser avistada e por pessoas de caráter idôneo e ilibado. E quase sempre os relatos estão relacionados com ataques brutais desse monstro.

No ano de 1800, por exemplo, um comandante chamado Stephen Decatur, estava fazendo manutenção  de seu navio, quando presenciou uma estranha criatura com asa de morcegos sobrevoando a embarcação como se quisesse ataca lá, mas teria fugido  ao quase ser alvejada por um tiro de canhão. A sua historia foi corroborada pelos seu homens que também presenciaram o macabro voo daquele ser misterioso. E em 1840, vários animais domésticos, entre eles,  carneiros e galinhas foram encontrados mortos misteriosamente e no local só havia pegadas até então desconhecidas por rastreadores e batedores peles vermelhas.

E ainda hoje é possível ouvir vários relatos sobre a besta, o que de uma certa forma fomenta a economia e o turismo da cidade, atraindo várias pessoas todos os anos.

O Verdadeiro Demônio

Atualmente pesquisadores e investigadores do sobrenatural podem ter descoberto a possível identidade do Demônio de Jersey, e ele seria o Morcego Cabeça de Martelo, considerado um dos maiores morcegos do mundo. E esse animal oriundo da África Ocidental e Central, teria chegado nos Estados Unidos pelo mar, durante o século 16, que foi  marcado pelo  intenso trafico de escravos e trafico de animais. Ou seja ele chegou a Nova Jersey de navio para ser comercializado, porém algumas espécies podem ter se soltado e fugiram para a floresta de Pine Barrens.

O Hypsignathus monstrosus, (esse seria o seu nome científico), pode chegar a mais de 1 metro de envergadura entre uma ponta da asa a outra, pesar até mais de 1 kilo, e o macho possui  uma cabeça semelhante a de um cavalo, e emite um grito sônico muito característico e exótico. Não é uma espécie considerada em extinção, mas é  portador assintomático do vírus ebola.

Conclusão

O início da lenda do Demônio de Jersey, coincide quando os primeiros morcegos chegaram aos Estados Unidos, em um período forjado pela forte religiosidade e superstição,  Onde podemos imaginar um peregrino, andando  a noite, guiado pela luz de um lampião, ouvindo do nada um grito sinistro  e ao olhar para lua, vislumbrar  um monstro de asas gigantescas e cabeça de cavalo voando sobre sua cabeça…Um encontro  que naquela época, guiado pelo obscurantismo científico,seria considerado um evento demoníaco, o que endossou ainda mais o folclore da fera.

Mas ainda assim fica uma pergunta no ar: Como essa magnífica criatura sobreviveu aos rigorosos invernos norte americanos por séculos? Será que elas tem a capacidade de hibernar?

Talvez a resposta para esta e muitas outras perguntas estejam nas palavras do ilustre Doutor Ian Malcom de Jurassic Park : A vida sempre encontra um meio.

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