Você já teve a impressão de conhecer algumas pessoas desde sempre? Diariamente, tenho essa impressão. E ela se torna ainda mais forte em relação a um casal que conheço, de fato, há alguns anos. Em minha memória literária e sentimental, penso que desde que eu era apenas um feto em formação, no aconchegante útero de minha mãe, conheço o seu Santo e a dona Santa.
Certamente, essa memória afetiva, que guardo com tanto carinho, pois os meus pais e demais familiares sempre falavam, com admiração, desse casal. A partir do meu nascimento, as memórias se tornaram, além de afetivas, de admiração. Santo Bertoldo Loyola e Santa Ferreira Loyola, conhecidos como seu Santo e dona Santa, fizeram parte de todas as fases da minha vida. Afinal, eram referências na localidade onde morávamos. E eles, sempre com largos e frouxos sorrisos, me conquistavam todos os dias, como se fossem novos amigos. Lembro-me, ainda, em tenra idade, o quanto eles ajudavam a minha e as demais famílias. Eram conselheiros, solidários e afetuosos. Visitavam pessoas em momentos difíceis, levando, além de abraços, palavras que fortaleciam corações. Que afagavam a alma.
Com sorrisos simples, cativantes e apaziguadores, os dois (sempre unidos na vida e em fé) nos ensinavam, a todos que os conheciam, que a fé, a simplicidade e a união são alicerces para uma vida próspera. Os “Santos” criaram uma família grandiosa (em número e amor): filhos, netos, bisnetos. E todos os amigos, vizinhos e demais conhecidos também se sentiam acolhidos como membros dessa família.
Eles se foram recentemente para a morada celestial. Partiram em datas diferentes, mas em espaço curto de tempo. Certamente, Deus os olhou com carinho e concluiu que não poderia deixá-los separados por muito tempo. Impossível não guardar, com muito carinho e admiração, memórias afetivas e saudosas do seu Santo e de dona Santa, que deixaram legados exemplares a todos, principalmente, a mim.