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Sobre Homens e Montanhas: O Cemitério dos Andinistas

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Marcio do Nascimento Santana
O impiedoso Aconcágua. Imagem divulgação

Em algum lugar entre o final da escalada e o cume da montanha está a resposta ao mistério por que escalamos. Greg Child

O Cemitério dos Andinistas

Aos pés do Monte Aconcágua, exatamente a mil metros da cidade argentina de Puente Del Inca e a 14 km da fronteira com o Chile, está localizado o misterioso Cemitério Andinista. Um local insólito e sobrenatural localizado em meio às rochas áridas que formam os caminhos da rota rodoviária nacional número 7.

E nesse cemitério repousa os corpos dos montanhistas que falharam em desafiar a Sentinela Branca. E muitos que sucumbiram foram vítimas de vários flagelos dessa inclemente montanha. Hipotermia, desorientação, doenças, afogamento, fraturas, avalanches, acidentes… uma lista interminável de castigos que esse pico tão impiedosamente impõe aos mais incautos dos homens. Um local silenciosamente mórbido, e que tem muito a contar.

O Cemitério Andinista seria assombrado? Imagem divulgação

A Origem

Empreender é preciso, e com esse espírito que a Argentina no início do século XX, movida pela febre da expansão industrial, começou a construção da ferrovia Transandina, que ligaria a cidade Mendoza ao Chile. Um trabalho árduo e desafiador que exigia homens com nervos de aço, dispostos a enfrentar as piores privações humanas, como o clima, epidemias, terreno agressivo e condições insalubres de trabalho. E essa ferrovia, meus caros leitores, em seu trajeto desafiador, passava justamente pela cidade de Puente Del Inca, que fica próxima ao Aconcágua.

E o preço para construir essa obra de engenharia foi altíssimo, pois custou a vida de inúmeros trabalhadores, que muita das vezes não possuíam famílias para reclamar os corpos, e assim eram enterrados naquele que mais tarde seria conhecido como Cemitério dos Andinistas.  O túmulo mais antigo é do ano de 1908 e pertence ao médico inglês Eduard J. Cotton, que estava no local tentando combater uma epidemia de difteria. Ele morreu após contrair a doença de uma paciente que tossiu em seu rosto. E seu filho infelizmente também foi contaminado, sucumbido a seguir, e ambos foram enterrados nesse local.

Botas são uma forma de homenagem aos bravos montanhistas. Imagem divulgação

O Primeiro Alpinista

Corria o ano de 1928, e um  oficial britânico chamado Basil Marden, resolveu desafiar sozinho e no inverno o cume do Aconcágua, não obteve sucesso e simplesmente desapareceu na vastidão da montanha. No ano  seguinte, em 1929, encontraram o seu cadáver completamente  congelado, e como ninguém apareceu para reivindicar o corpo, ele foi enterrado junto aos trabalhadores da ferrovia. E este foi o primeiro montanhista enterrado nesse local, e que marcou definitivamente a cultura dos Andes.

Mozart Catão

Esse cemitério se tornou uma referência icônica do poder e fascínio que o Aconcágua exerce nos homens, a ponto de arriscarem suas vidas. Cada túmulo tem uma história repleta de aventura e mistério que terminou abruptamente, corpos completamente abandonados e que até hoje existem sepulturas de indigentes que foram enterrados sem registros. Um local remoto, abandonado pelo governo, pelo tempo e marcado por sonhos e ambições que chegaram ao fim de maneira violenta.

E ainda existem as placas que foram colocadas em respeito aos montanhistas que morreram, porém, não foram devidamente enterrados devido ao fato de seus corpos estarem repousando congelados em algum local inacessível da montanha, como infelizmente é o caso do corajoso  brasileiro Mozart Catão, que em 1998, ao tentar escalar a face sul do Aconcágua, foi vítima de uma avalanche que o arrebatou, sendo impossível o resgate. Ao todo foram mais de 20 alpinistas que faleceram, cujo corpos permanecem congelados esperando um dia serem sepultados de forma mais apropriada. E pra todos eles existe uma placa de homenagem no cemitério andino.

A placa em homenagem a Mozart Catão. Imagem divulgação

Atualmente

A História do Cemitério Andinista é marcada por três fases distintas: A primeira fase seria a Ferroviária, a segunda dos Alpinistas mortos e a terceira a Voluntária, pois muitos acreditam que esse solo é místico e pedem para serem enterrados lá. Porém existe uma parcela da população que acha que o local é amaldiçoado e muitos que passam por lá relatam que ouvem vozes e veem vultos. Mas o fato é que hoje esse cemitério se encontra abandonado pelas autoridades, inclusive existe relatos da ação de saqueadores de tumba.

Atualmente, mesmo abandonado, o cemitério ainda é utilizado para enterrarem montanhistas que perdem suas vidas ao desafiarem o impiedoso Aconcágua. E existem dezenas de bravos alpinistas enterrados nesse local e de várias nacionalidades. O seu acesso pode ser feito pela rodovia nacional número 7 e é aberto ao público. Muito dos locais, porém, recomendam não visitar esse cemitério a noite.

Para frente e para o alto;

Montanha Brasil.

Para saber mais:

 

Marcio do Nascimento Santana, Historiador com formação em Arqueologia, Montanhista e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Cachoeiro de Itapemirim
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