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Sobre homens e montanhas: UIAA e a Declaração do Tirol

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Marcio do Nascimento Santana
O famoso logotipo da UIAA
 

A minha visão clareia, minha força renova. Nas montanhas celebro a criação. Em cada viagem rejuvenesço. Anatoli Boukreev

 

UIAA: Uma breve historiai

Union Internationale des Associations d’Alpinisme (União internacional dos Associados em Alpinismo) é a sigla daquela que se tornaria a organização que representaria até os dias de hoje os interesses de alpinistas e montanhistas ao redor de todo o mundo.

Foi formada em 1932 em Chamonix, França, no berço do montanhismo moderno, quando 20 associações de montanhismo se reuniram para um grande congresso alpino. O conde Charles Egmond d’Arcis, da Suíça, foi escolhido para ser o primeiro presidente. A necessidade de fundar tal instituição surgiu da demanda de unificar e padronizar as técnicas de montanhismo e nortear regras éticas de comportamento e sustentabilidade em ambiente de montanha. Uma vez que o montanhismo na época era visto como um esporte de elite, praticados por burgueses, que gostavam de contar bravatas de seus feitos. E claro houve também o processo de militarização do Montanhismo e também político.

Militarização pois as montanhas durante a segunda guerra se tornaram palcos de combates e politização uma vez que o Himalaia se tornou uma grande propaganda politica ideológica onde surgiu uma corrida desenfreada entre as nações europeias para conquistar as montanhas mais altas do planeta, uma verdadeira panfletagem supremacista, principalmente Alemã.

Uma vez formada, a sua sede se estabeleceu na Suíça, e com o termino da segunda mundial, em 1947 após a sua primeira Assembleia Geral, a UIAA foi vista como uma organização a nível mundial, a contribuir para a reconstrução moral do mundo e igualmente começou o desenvolvimento de normas de segurança e testes de cordas.

A primeira máquina de teste de cabos foi inventada pelo chefe da Comissão de Segurança da UIAA.

 

Foto histórica da fundação da UIAA

 

Atualmente a UIAA está presente em mais de 70 países e representa mais de 3 milhões de montanhistas de 91 organizações. Seu seu selo de segurança foi criado em 1960 e se tornou sinônimo de qualidade e confiabilidade em equipamentos de montanha. Ela padronizou a confecção de mosquetões, capacetes, cordas…Além de promover competições internacionais de escaladas. Ela também foi oficialmente reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional como a Federação oficial do alpinismo.

 

A DECLARAÇÃO DO TIROL E OS MANIFESTOS

A UIAA, como um organização técnica e também ativamente envolvida em preservação dos ambientes de motanha, publicou mais de 25 manifestos e documentos dos mais diversificados temas sobre o montanhismo e a escalada, sendo a maioria com foco na preservação ambiental, mas uma declaração em especial me chamou atenção, a Declaração do Tirol, que foi promulgada pela Conferência sobre o Futuro dos Esportes de Montanha na cidade de Innsbruck, Estado de Tirol, na Áustria, no dia 8 de setembro de 2002 e contém um conjunto de valores éticos e morais cujo objetivo e orientar a melhor prática do montanhismo no mundo moderno.

Essa Declaração se tornou um apelo para que os montanhistas aceitem o risco e assumam suas responsabilidades. E tenham em mente a consciência ambiental e conservacionista.

Ao todo são dez Artigos, e o que mais achei relevante, o artigo sétimo:

ARTIGO 7: ACESSO E CONSERVAÇÃO

Acreditamos que a liberdade de acesso às montanhas e falésias de forma responsável é um direito fundamental. Devemos sempre praticar nossas atividades de forma ambientalmente correta e ser pró-ativos na preservação da natureza. Respeitamos as restrições de acesso e os regulamentos acordados pelos escaladores com organizações e autoridades de preservação da natureza.

  • 1. Respeitamos as medidas para preservar os ambientes de penhascos e montanhas e a vida selvagem que eles sustentam e encorajamos nossos colegas escaladores a fazerem o mesmo. Ao evitar o ruído, nós nos esforçamos para reduzir ao mínimo a perturbação da vida selvagem.
  • 2. Se possível, abordamos nosso destino usando transporte público ou caronas para minimizar o tráfego nas estradas.
  • 3. Para evitar a erosão e não atrapalhar a fauna, ficamos em trilhas durante as aproximações e descidas e, na mata, escolhemos a rota mais eco-compatível.
  • 4. Durante os períodos de reprodução e nidificação de espécies que habitam as falésias, respeitamos as restrições sazonais de acesso. Assim que tivermos conhecimento de qualquer atividade de reprodução, devemos transmitir esse conhecimento aos outros escaladores e garantir que eles fiquem longe da área de nidificação.
  • 5. Durante as primeiras subidas, tomamos cuidado para não colocar em risco os biótopos de espécies raras de plantas e animais. Ao equipar e reconstruir as rotas, devemos tomar todas as precauções para minimizar o seu impacto ambiental.
  • 6. As amplas implicações da popularização de áreas por meio de retro-aparafusamento devem ser cuidadosamente consideradas. Números aumentados podem causar problemas de acesso.
  • 7. Minimizamos os danos à rocha usando a técnica de proteção menos prejudicial.
  • 8. Não apenas carregamos nosso próprio lixo de volta para a civilização, mas também pegamos qualquer lixo deixado por outros.
  • 9. Na ausência de instalações sanitárias, durante a defecação, mantemos distância adequada de residências, acampamentos, riachos, rios ou lagos e tomamos todas as medidas necessárias para evitar danos ao ecossistema. Evitamos ofender os sentimentos estéticos de outras pessoas. Em áreas muito frequentadas e com baixo nível de atividade biológica, os escaladores se dão ao trabalho de embalar suas fezes.
  • 10. Mantemos o acampamento limpo, evitando o máximo de desperdícios ou descartamos o lixo de forma adequada. Todo o material de escalada – cordas fixas, barracas e garrafas de oxigênio – deve ser removido da montanha.
  • 11. Mantemos o consumo de energia ao mínimo. Especialmente em países com escassez de madeira, evitamos ações que possam contribuir para o declínio ainda maior das florestas. Em países com florestas ameaçadas, precisamos transportar combustível adequado para preparar alimentos para todos os participantes de uma expedição.
  • 12. O turismo de helicóptero deve ser minimizado quando for prejudicial à natureza ou à cultura.
  • 13. Em conflitos sobre questões de acesso, proprietários de terras, autoridades e associações devem negociar para encontrar soluções satisfatórias para todas as partes.
  • 14. Participamos ativamente da implementação deste regulamento, especialmente através da sua divulgação e implantação da infraestrutura necessária.
  • 15. Juntamente com as associações de montanhismo e outros grupos conservacionistas, somos proativos no nível político na proteção dos habitats naturais e do meio ambiente.

 

Para frente e para o alto;

Montanha Brasil.

Para saber mais, deixo o link oficial da UIAA e também  da Declaração do Tirol completa:

Link Oficial da UIAA e da Declaração do Tirol:

https://www.theuiaa.org/declarations/tyrol-declaration/

E  a seguir o link do boletim oficial da UIAA:

https://us13.list-manage.com/subscribe?u=ef9a25dd627e36cbc6d6bdb0c&id=185ccce9b3

 

Marcio do Nascimento Santana, Historiador com formação em Arqueologia, Montanhista e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Cachoeiro de Itapemirim
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