Em dias muito quentes, além de priorizar o uso de roupas leves, é fundamental reforçar a hidratação das crianças. Mas o que é mais indicado — um suco natural ou apenas água? Entenda
80% do corpo humano é composto de água. Ela é essencial, por exemplo, no transporte de vitaminas, para auxiliar os minerais na absorção dos nutrientes, manter a pele saudável e ajudar a regular a pressão arterial. É importante também para os músculos, intestino e o desenvolvimento cognitivo. No entanto, quando as temperaturas estão mais elevadas, a perda hídrica é maior. Mas o que é mais indicado para reforçar a hidratação dos pequenos: um suco natural, feito da fruta, ou água?
É possível, sim, que sucos e outras bebidas, como a água de coco, façam parte do cardápio, mas jamais em porção maior do que a água. “Não é preciso demonizar o suco e outros líquidos, mas entender que têm um papel, um momento e uma quantidade dentro de uma alimentação variada”, explica a especialista em nutrologia pediátrica Fabíola Isabel Suano, presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Todos os pediatras e nutricionistas são unânimes: apenas a água tem a função perfeita da hidratação. E estamos falando de água pura, fresca e disponível. Os pais devem ofertá-la nos intervalos das brincadeiras, fracionada ao longo do dia entre as refeições, e tendo em mente a quantidade recomendada. Para os bebês menores de 6 meses que mamam no peito, toda a água necessária vem da amamentação. Após essa fase, a nutróloga recomenda uma quantidade média para cada faixa etária:
De 7 a 12 meses – 800 ml ao dia
De 1 a 3 anos – 1.300 ml ao dia
De 4 a 8 anos – 1.700 ml ao dia
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Outras bebidas até entram nessa conta, mas não devem substituir a água, que precisa sempre ser em maior quantidade do que sucos, chás e demais líquidos. “Por exemplo, uma criança de 3 anos teria de beber pelo menos 1 litro de água, e o restante poderia ser de suco ou outra bebida”, orienta a nutricionista Patrícia T. G. de Macedo, do Centro de Medicina Integrativa do Hospital e Maternidade Pro Matre (SP).
Nem suco natural?
Durante anos, os pais foram orientados a dar suco para os filhos, o que virou um hábito na maioria das casas. Hoje, no entanto, a recomendação é outra. “A ciência é feita de mudança. Hoje se entende que o suco tem muito carboidrato e a criança se acostuma. O melhor, do ponto de vista nutricional, é oferecer a fruta, porque ela tem a fibra também”, orienta a especialista Fabíola, reforçando que não se deve oferecer a bebida antes dos 2 anos.
O Guia Prático de Alimentação da Criança de 0 a 5 anos, da Sociedade Brasileira de Pediatria, orienta que os sucos devem ser evitados pelo risco de predispor à obesidade. Isso porque, devido ao maior consumo de calorias e de frutose, que é metabolizada no fígado em triglicerídeos, aumenta o risco de esteatose hepática (a popular gordura no fígado) na vida adulta. Resumindo, pode dar, mas jamais substituindo a água. E atenção para a quantidade, afinal, para um copo são necessárias, mais do que 4 laranjas, por exemplo, volume que não seria consumido pelos pequenos de uma vez. “Ofereça cerca de 150 ml, e só no final da refeição, porque a criança tem de saber diferenciar o sabor de cada alimento, e também para não lotar o estômago de líquido”, diz Patrícia.
Com informações da Crescer Online