Foi sancionado esta semana pelo governador Renato Casagrande o Estatuto da Liberdade Religiosa no Espírito Santo.
E essa aprovação, que não deveria ser necessária, já que para mim o respeito aos diferentes credos deveria ser norma básica, me levou a outra reflexão, também ligada ao tema religioso.
Especificamente sobre o termo tolerância religiosa. Não gosto dele. Para mim você só tolera aquilo que não gosta nem respeita.
E a convivência harmônica entre pessoas de diferentes credos, do meu ponto de vista, é principalmente amor e respeito.
O parágrafo único do artigo 1º do Estatuto diz textualmente que “o direito de liberdade religiosa compreende as liberdades de consciência, pensamento, discurso, culto, pregação, manifestação e organização religiosa”.
E que isso deve se dar tanto na esfera pública, quanto na privada, constituindo-se como direito fundamental a uma identidade religiosa e pessoal de todos os capixabas, conforme a Constituição Federal; a Constituição do Estado do Espírito Santo; a Declaração Universal dos Direitos Humanos; e o Direito Internacional aplicável.
Há algum tempo tenho a minha fé baseada nos princípios da igreja evangélica. Mas convivo harmonicamente com amigos católicos, de religião de matriz africana e de outros credos religiosos. E com aqueles que se declaram sem religião nenhuma. Pacificamente.
O dia que eu deixar essa convivência pacífica e respeitosa é porque esqueci o que aprendi na Bíblia sobre amor, solidariedade, justiça e paz.
Cada um sabe de sua espiritualidade, e a ideal é a que nos fortaleça e impulsione a buscar uma sociedade mais justa para todos. Em que cada um ame ao próximo como a si mesmo.
Religiosidade desprovida de misericórdia e amor não é o cristianismo que o Evangelho do Senhor Jesus Cristo ensina nas Sagradas Escrituras.
Ao mesmo tempo em que aplaudo a iniciativa da sanção do Estatuto da Liberdade Religiosa, sonho com uma sociedade em que todos possam professar a sua fé sem medo e que não seja necessário fazer leis para que esse direito seja garantido.
Para os que têm medo de serem apedrejados na esquina, de serem discriminados e excluído, de serem alijados que qualquer processo em que a fé que escolheram os torne párias a sanção do governador Renato Casagrande é fundamental.
Que a nossa fé nos una em busca do país que queremos para nós, nossos filhos e nossos netos. Que escrevamos uma história em que práticas de fé diferentes não nos impeçam de sermos felizes. Tolerância não. Respeito à diversidade religiosa e às diferenças sim. Hoje e sempre.