Trabalhadores da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico Litoral Sul foram comunicados que as atividades no setor serão encerradas a partir do dia 1º de junho. O motivo seria a falta de recursos para mantê-la.
Para tentar evitar o fechamento, os colaboradores se reuniram e encaminharam carta aos prefeitos de Marataízes e Itapemirim e ao governador apelando pela liberação de recursos para manutenção da UTI em funcionamento.
A preocupação dos colaboradores é que deverão ser demitidos aproximadamente 70 colaboradores da equipe de enfermagem, além dos de outras funções, que alcançarão o número de 130 pessoas, segundo informações de uma pessoa que não quis se identificar.
“É uma Unidade altamente equipada, qualificada e comprometida com a vida dos pacientes graves internados. Nesse momento, além da população que será imensamente prejudicada, estamos pedimos o auxílio do poder público (municipal e estadual) para que não permitam que todas essas famílias que cada funcionário representa, fiquem desempregadas”, apelou.
Outros trabalhadores falaram com a condição de não serem identificados. Um deles apela para que não permitam que essa unidade feche as portas, se tratando de um estado com alto recurso financeiro.
“O clima instalado hoje na UTI é de profunda tristeza. Primeiro por toda dedicação de cada um até aqui, depois pela perda irreparável para a região.
Frisou também que a segurança que essa UTI trazia a todos os que trabalham no local, de poder contar com esse recurso caso algum familiar necessitasse. “E por último, e o não menos dolorido, é a nossa fonte de renda”, lamentou.
O lamento de outro é de que esteve trabalhando na linha de frente da UTI e ajudou a salvar mais de 500 vidas. “É muito triste ver nossa UTI fechando. Onde vão esses pacientes? Para onde vão esses profissionais?”, questiona.
A pessoa acusa os governantes de não se importarem com a população. “Só querem nossos votos? Agora é a hora dos nossos governantes fazerem algo pelo povo, pela nossa UTI, por nós profissionais que saímos de nossas casas para salvar vidas”. A trabalhadora é outra que diz não saber o que será das famílias dos que têm apenas esse emprego.
Um dos trabalhadores que se manifestou ressalta que a tristeza é enorme em ver que todo o esforço, toda a dedicação, todo o trabalho que fizeram com tanto amor não foi reconhecido. “É uma angústia saber que tantas pessoas ficarão sem seus empregos. A vontade que eu sinto é de chorar”.
Foi publicada no Diário Oficial do dia nove de maio a Resolução 05/2022 que autoriza a parceria com o hospital para atendimento dos moradores do município de Marataízes. “Mesmo com a publicação, ainda não há nada de concreto”, relata a trabalhadora.
Procurada, a Prefeitura de Itapemirim não se manifestou, já que entende que esta é uma decisão que cabe ao hospital.
Consultado, o Hospital Evangélico de Cachoeiro (Heci), gestor do espaço, respondeu por sua assessoria de imprensa que a diretoria cumpria agenda externa e não tinha informação oficial sobre este assunto, e que assim que tivessem, fariam contato com a redação.