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Um brinde aos sabores da maternidade

RAQUEL POLETO FONSECA. No Dia das Mães, Taça & Prosa faz um brinde às histórias maternas, comparando o amor das mães aos aromas e estilos dos bons vinhos.

Há dias em que a vida pede um vinho tranquilo, desses que se bebe sem pressa, em sossego. Outras vezes, só um espumante resolve, algo que traga brilho e alguma algazarra para o momento. E assim também são as mães: cada uma com seu jeito, seu tempero, seu modo único de cuidar.

No Taça & Prosa desse domingo, Dia das Mães, fiquei pensando na minha mãe e qual tipo de vinho ela seria. Um pequeno devaneio nesse caminho corrido que é a vida, e uma pequena homenagem e gratidão por tê-la tão presente na minha vida.

Minha mãe, Antônia, nasceu no interior de Muniz Freire, uma entre oito filhos de um jovem casal de agricultores. Criada no campo, pés no chão, entendedora do curso das águas do riacho, da colheita do milho, do feijão, andava léguas até a escola, vestia-se com fitas e bordados aos domingos de Missa.

A roda do tempo girou e a família se mudou para Cachoeiro, cidade grande, novas amizades, descobertas e muito trabalho. Amadureceu, ganhou estrutura e novos aromas surgiram ao longo desse caminho.

Me debruçando sobre essa história, penso nela como um Cabernet Sauvignon com passagem em madeira. Desde a infância precisou de estrutura para viver numa grande família, na dureza do trabalho no campo, tinha taninos fortes em suas mãozinhas que colhiam o alimento da família e alimentava a criação da fazenda.

Na fase adulta, as adversidades da vida foram seu tempo em barricas de carvalho, apurando o sabor e aromas terciários. O aroma frutado e potência de seu coração, ainda presente, ganham mais personalidade com a chegada dos três filhos. Eu me lembro bem da criação que eu e meus irmãos tivemos, disciplina, afeto, valores, amor. Notas marcadas como um bom vinho de guarda. Mas não posso deixar de registrar que com o irmão mais novo essa Cabernet Sauvignon se transformava em Moscatel… (risos e pausa para implicâncias da irmã mais velha para com irmão mais novo). Hoje como avó, podemos repetir que é puramente Moscatel, festivo e esfuziante com a neta, que é só borbulha! Dualidade que chega com os netos. “Vovó Toninha”, como diz Alice, a borbulhante netinha.

Penso nas mães como vinhos porque ambos carregam histórias em suas essências. Um vinho não é feito apenas de uvas, mas de sol, de tempo, de terroir. Uma mãe não é só “mãe”, é mulher, é história, é uma mistura de risos, cansaços e amor! Um amor que multiplica, que ganha outras dimensões e se perpetua em nossos corações de filhos, netos, sobrinhos.

Há mães como o Pinot Noir, sensíveis e perceptivas. Elas não precisam que você diga que está triste, elas já sabem. Notam o olhar diferente, o silêncio que não era para estar ali. Amam de um jeito quieto, quase discreto, mas que aquece como um gole de vinho em noite fria.

Há mães como o Syrah, intensas e apaixonadas. Brigam, discutem, mas defendem os seus com unhas e dentes. Não são mães de manual – são mães de instinto. E, por mais que às vezes a gente discorde delas, no fundo sabemos: ninguém no mundo vai lutar tanto por nós.

E há mães como o Sauvignon Blanc, práticas e diretas. Não perdem tempo com rodeios. “Comeu?” “Tá com casaco?” “Dormiu bem?” Perguntas curtas, mas que carregam um mundo de cuidado dentro.

No fim, não importa o estilo. O que importa é que todas, cada uma a seu modo, nos ensinam que amor também se mede em gestos miúdos: no café quente de manhã, no “tá tudo bem?” antes de dormir, no abraço que a gente nem sempre sabe pedir, mas que elas dão mesmo assim.

Hoje, então, brindo a elas. Às mães que são firmes, às que são doces, às que são impetuosas, às que são silenciosas. Às que estão aqui, às que se foram, às que cuidam mesmo sem ter laço de sangue.

Porque o mundo sem elas seria um lugar sem graça, como um vinho sem corpo, sem aroma, sem alma.

E você? Qual vinho definiria sua mãe?

Feliz Dia das Mães.

Raquel Poleto Fonseca, natural de Cachoeiro de Itapemirim, é escritora, contadora e sommelière de vinhos pelo Instituto Federal de São Paulo, com certificações especializadas pela Embrapa Uva e Vinho, Instituto Federal do Rio Grande do Sul e Enagro. É curadora de confrarias e do projeto Livros e Vinhos, unindo sua paixão por palavras e vinhos para criar experiências que conectam pessoas

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