Ressecamento, vermelhidão, ardor e coceira são alguns dos sintomas da Síndrome do Olho Seco, um problema ocular que registrou aumento de casos por conta do crescimento no uso de celulares e dispositivos digitais durante a quarentena.
A partir deste ano, julho passou a ser reconhecido internacionalmente como o mês de combate e prevenção a essa síndrome. A campanha já vinha sido discutida por autoridades especializadas na área e se tornou ainda mais necessária durante a pandemia da Covid-19, quando hábitos de isolamento da população resultaram no aumento da incidência de casos.
“Essa síndrome é caracterizada por uma deficiência na produção ou na qualidade das lágrimas provocando, principalmente, o ressecamento da superfície do olho. Entre os sintomas estão ressecamento, vermelhidão, ardor e coceira. Os estágios da doença vão de leve a moderado e grave.
Os casos de moderado para grave trazem muito desconforto – dor, baixa da acuidade visual, dificuldades no uso de lentes de contato e em atividades de rotina como ler, ver tv, usar o computador.
Além disso, o olho sem lágrima é um olho que enxerga mal”, explica a oftalmologista especializada no tratamento da Síndrome do Olho Seco, Liliana Nóbrega.
Problema global
Ainda de acordo com a especialista, a doença já era considerada um problema global, afetando cerca de 15% da população mundial.
“Apesar dos dados já alarmantes da síndrome, profissionais de oftalmologia de todo o mundo têm percebido que o isolamento causado pela pandemia da Covid-19, como principal forma de combate ao novo vírus, trouxe também a necessidade de orientar a população para os riscos de passar tempo demasiado à frente das telas de dispositivos digitais como celulares, televisões, computadores, entre outros”, acrescenta a médica.
Conforme orientado em cartilha da campanha, criada nos Estados Unidos pela Alliance for Eye and Vision Research (AEVR), a exposição prolongada a telas de dispositivos digitais acarreta numa rápida evaporação da lágrima. Isso acontece devido ao menor número de piscadas que a pessoa dá ao utilizar alguns desses objetos, podendo trazer como consequência o aparecimento ou a piora dos sintomas da Síndrome do Olho Seco.
Estudos mostram que durante o tempo em que se passa diante das telas, nossas piscadas reduzem 40% em relação a outros momentos do dia.
“A discussão em torno dos efeitos do isolamento e do uso demasiado dos dispositivos eletrônicos já vinha sendo levantada e agora ganha ainda mais reforço com a declaração internacional de mês oficial de combate à doença. Queremos com isso despertar nas pessoas um olhar especial para esta Síndrome, que é uma das principais causas de visita ao oftalmologista e pode causar imenso desconforto ocular”, acrescenta Liliana Nóbrega.
Tratamento
A oftalmologista Liliana Nóbrega trouxe ao Espírito Santo o mais moderno e resolutivo aparelho para o tratamento da Síndrome do Olho Seco. De fabricação francesa, o E-Eye utiliza a tecnologia IRPL (Luz Pulsada Regulada de Alta Intensidade). Este é o primeiro equipamento médico desenvolvido especificamente para o tratamento das glândulas de Meibomius (glândulas que produzem lipídios e proteínas para as margens das pálpebras), responsáveis por 75% dos casos do olho Seco.
“O tratamento é realizado com procedimentos rápidos. Duram em torno de cinco minutos e são indolores. O equipamento funciona com uma nova tecnologia de luz pulsada regulada de alta intensidade, o sistema E-Eye, que cria pulsos de luz policromática. A luz emitida não é invasiva, o que não causa comprometimento do globo ocular. Ao ser aplicado na proximidade das pálpebras, esse pulso de luz estimula terminações nervosas das glândulas de Meibomius, favorecendo um aporte maior e melhor da secreção lipídica”, afirma ela.
Estudos clínicos já realizados apontam que cerca de 90% dos pacientes mencionam melhora dos sintomas e satisfação após duas aplicações. Em apenas três aplicações – após a primeira, são feitas outras duas aos 15 e 45 dias -, o paciente já percebe uma diminuição nos sintomas de olho seco.