O governador Renato Casagrande, durante cumprimento de agenda em Cachoeiro na manhã desta segunda-feira(2), foi questionado sobre a morte do menino Kevinn Belo Tomé da Silva dentro de uma ambulância, após esperar quatro horas na porta do Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba) de Vila Velha.

Casagrande destacou que primeiro queria prestar solidariedade à família diante da perda do jovem, mas que a vaga estava regulada e estava tudo preparado para recebê-lo. Mais que isso, esclareceu que o jovem foi transferido não por falta de vaga na UTI para a idade dele em Cachoeiro, mas pela falta de cirurgião torácico nos hospitais locais.

“Estava tudo preparado, e por alguma razão que ainda estamos investigando, inclusive com a polícia e o Conselho Regional de Medicina, o Kevin não foi atendido e ficou dentro da ambulância sem nenhuma necessidade”.

Renato Casagrande esclarece que já foi feito um boletim de ocorrência e que as médicas que estavam de plantão foram afastadas. “Tudo indica que teve uma negligência das profissionais e as investigações vão nos dar as respostas e as responsabilidades serão apontadas”, ressaltou o governador.

Segundo José Maria Justo, subsecretario de Estado de Atenção a Saúde, crianças e adolescentes  podem ser atendidos em qualquer hospital em questões de urgência e emergência, e não apenas no Hospital Infantil, mas que a transferência é solicitada de acordo com a patologia do paciente, quando não há especialista no município.

” Ao que tudo indica, o Kevinn precisava de um cirurgião torácico e esta especialidade é centralizada na Região Metropolitana. Ele não foi transferido em função da idade, por falta de vagas, mas porque o problema pulmonar indicava um cirurgião que não existe em Cachoeiro. “, enfatizou.

Justo faz questão de destacar que isso não tira a responsabilidade das profissionais que poderiam ter atendido o garoto e tê-lo colocado para dentro do hospital. “Isso é uma situação que exige uma apuração rigorosa”.

SAIBA MAIS

kevinn Belo Tomé da Silva, de 16 anos, começou a passar mal em casa no último dia 25. ele foi levado ao Pronto Atendimento Paulo Pereira Gomes em Cachoeiro e no dia 27, após atendimento e agravamento dos problemas respiratórios, foi internado.

Ele teve que ser transferido de ambulãncia para o Himaba de Vila Velha porque em Cachoeiro não haveria um cirurgião torácico, especialidade que o menino precisava. A informação é de que já havia uma vaga na UTI para ele, mas a família esperou mais de quatro horas na porta do hospital e o menino não foi internado.