As vezes, o pensar se torna tão grotesco.

Às margens de uma luz vinda do céu da escuridão do teu desejo.

A mente falha, a voz que cala…

Numa triste solidão de águas que anseiam por passar…

Acredite! Sei o quanto é difícil viver, mas o viver, o que é?

A vazia solidão da mente calada se esvai…

Se esvai para a cama calma e leve como uma pluma…

Não quero pensar, nem me expressar… Quero calar-me!

Sinto a vontade de dizer o que sinto, mas o que eu sinto?

Já não sei dizer o que é…

São mentes vazias póstumas…

Sei o quanto o desejo me afeta… Sei o quanto isso me cala…

Sabe a vontade de me expressar? Já não sei como fazer.

Ao vento, jogo-me aos abraços de quem me queira bem…

Mas olha, não há alguém… Há hoje a solidão que me invade…

Sinto-me só, vazia e aos prantos. Sinto-me quente, escorrendo

Em meios aos cantos…

Vi, e ouvi de muito já nem sei… Mas vi e ouvi do quanto me maltrataram…

Vida, é assim? Na semente de uma planta, que nasce uma cachoeira cheia de ceias brandas…

Vinte e sete, eu já sei. São os anos que eu plantei, vindos de todos os lados igual a uma velha que se cansa…

Um riso que se reinventa, um olhar que se abre ao mundo…

Uma boca que se fecha e uma mente que se quer um tudo…

Sentimentos são assim, como uma flor que brota num jardim…

Cheia de esperança, livre de cansaços e de tristes lembranças…

Pensar não é com ela, viver o é sempre! Ser alegre e sorridente, viva e cheia de presentes…

Ouça, a luz já chega a brilhar com seus brancos espelhando, assim é que se há…

Há de vir, há de ser, há de ter…

Sempre leve, sempre em frente, sempre sendo, de repente…

E para o final, não há o que se pôr, seja luz, seja amor…

O que se tem é o que se carrega, nas lembranças de uma vida, na semente de uma crescente.