Primeiro domingo de 2025 e as memórias das festas da virada ainda estão vivas na nossa mente. Além dos fogos, drones e shows, certamente o que vimos nas redes sociais e TV foram as inúmeras garrafas de espumantes sendo abertas, saudando assim o novo ano que se inicia.

Tradição, celebração, momentos especiais, tudo isso é levado em conta para a escolha do espumante em momentos específicos da nossa vida. Mas por que libertar as borbulhas aprisionadas apenas em ocasiões especiais? Afinal, se há algo que os espumantes nos ensinam é que a vida fica melhor com um toque de borbulhas. E o verão é o palco perfeito para isso!

Antes de convencê-lo a abrir uma garrafa agora mesmo, vamos dar um mergulho rápido na história e na produção desse queridinho mundial.

Reza a lenda — e história nunca foi tão glamorosa sem um pouco de folclore — que foi Dom Pérignon, um monge beneditino do século XVII, quem exclamou: “Estou bebendo estrelas!” ao provar o primeiro espumante. Mas não foi bem assim. O processo que cria as borbulhas foi, na verdade, um “feliz” acidente que os vinicultores da região de Champagne passaram anos tentando entender e controlar.

Na época, os vinhos tintos eram os mais consumidos e Champagne era uma região em que as uvas tintas não se adaptavam bem para vinificação. Então, buscavam fazer o melhor vinho branco da França. Naquela época, o que para nós é sinônimo de luxo, para eles era um problema: o vinho engarrafado fermentava, e as garrafas simplesmente explodiam com tamanha pressão. Século XVII, pouco conhecimento enológico, muitas superstições e logo o fenômeno passou a ser chamado de “Vinho do Diabo”.

Dom Pérignon tentou acabar com a fermentação na garrafa, mas para nossa felicidade ele se rendeu a essa descoberta e, uma vez dominada a técnica, o espumante conquistou reis e rainhas, passando de “erro” a ícone de sofisticação. A partir daí, as borbulhas viajaram pelo mundo e deram origem a estilos variados como o Prosecco italiano, o Cava espanhol e os nossos fantásticos espumantes brasileiros, que não devem nada a ninguém.

É importante ressaltar que os vinhos produzidos de forma que a fermentação ocorra, criando as borbulhas, ou a perlage, por conta do gás carbônico, são chamados de espumantes. O termo Champagne é uma Denominação de Origem francesa. Assim, apenas os espumantes produzidos na região vinícola de Champagne e seguindo uma legislação específica podem ser vendidos com esse título. Essa regra vale não só para França, mas para o mundo todo.

Os métodos de produção

A produção de espumantes é quase uma arte (ou uma ciência, dependendo de quem você perguntar). Aqui estão os principais métodos que transformam um vinho comum em uma poção borbulhante de alegria:

Método Tradicional (ou Champenoise): Esse é o processo dos grandes clássicos, em que as borbulhas são criadas pela segunda fermentação que acontece na própria garrafa. Ele é responsável pelo perlage — aquelas bolhinhas finas e persistentes que dançam na taça. Perfeito para quem gosta de vinhos estruturados e complexos.

Método Charmat: Mais rápido e descomplicado, a segunda fermentação ocorre em tanques de inox. Esse método é ideal para vinhos frescos e frutados, como o Prosecco.

Método Ancestral: Aqui, o processo é minimalista e natural, com a fermentação acontecendo uma única vez, direto na garrafa. O resultado? Um vinho autêntico, com um toque rústico. Seu líquido é um pouco turvo, resultado da permanência das leveduras dentro da garrafa.

Harmonizações refrescantes

O verão é o cenário ideal para explorar a versatilidade dessas borbulhas. Com um toque de acidez, frescor e leveza, eles são verdadeiros camaleões na hora de harmonizar. Aqui vão algumas ideias:

Frutos do mar: Camarões grelhados, peixe frito na beira do mar, moqueca e ceviches ganham um upgrade instantâneo com um espumante brut.

Saladas e entradas: Combine uma salada de folhas verdes com frutas tropicais ou um carpaccio de peixe branco com um Prosecco.

Pratos vegetarianos: Risoto de limão siciliano e massas ao pesto são companhias perfeitas para um espumante rosé.

Sobremesas: Frutas frescas, tortas leves se transformam em festa quando harmonizadas com um espumante demi-sec ou moscatel.

E não esqueça: espumantes também são ideais para drinques. Que tal um Aperol Spritz ou um Bellini para animar aquele churrasco de verão?

Então, por que não fazer do espumante uma presença regular na sua mesa? Escolha rótulos de boa relação custo-benefício e aproveite para celebrar as pequenas conquistas. Afinal, não precisamos de uma desculpa para brindar; viver já é motivo suficiente!

Feliz 2025, com muitas borbulhas! Saúde!