Sérgio Sampaio, cantor e compositor cachoeirense que fez sucesso em todo país, completaria 74 anos nesta terça-feira (13) se estivesse vivo. E para homenageá-lo, a Secretaria de Cultura de Cachoeiro lançou um vídeo sobre o artista em seu canal no Youtube.
O vídeo apresenta uma série de fotos de distintos momentos da trajetória do artista. A homenagem conta com texto e narração da escritora Paula Garruth, representante da Academia Cachoeirense de Letras.
Com a impossibilidade de promover eventos com público, em função da pandemia, o vídeo foi uma alternativa encontrada pela Secretaria de Cultura para mostrar a importância de Sérgio e de sua obra.
“Quando ouvimos frases como ‘lugar de poesia é na calçada’, entendemos que Sérgio Sampaio é um dos mais geniais compositores populares brasileiros. Seu estilo único e sua inteligência privilegiada nos deixaram letras de impressionante profundidade e músicas cheias de inspiração”, destacou a secretária de Cultura e Turismo, Fernanda Martins.
Quem foi Sérgio Sampaio?
Sérgio Sampaio deixou um rico legado, com composições que variam passeiam pelo samba, choro, rock’n roll, blues e balada. Seu repertório é cultuado em várias regiões do país, inclusive, em festivais musicais realizados em sua homenagem.
Filho de Raul Gonçalves Sampaio e Maria de Lourdes Moraes, era primo do, também compositor, Raul Sampaio Cocco.
Em 1967, Sérgio se mudou para o Rio de Janeiro, onde, três anos depois, sua carreira musical, de fato, é iniciada no Festival Fluminense da Canção, etapa do Festival Internacional da Canção, com Sérgio Sampaio ficando entre os vinte finalistas com a música “Hei, você”.
A amizade e a parceira de longa data com o roqueiro Raul Seixas contribuíram para que as composições e o talento de Sério Sampaio fossem se tornando cada vez mais reconhecidos. Canções como “Sol 40 graus” e “Vê se dá um jeito nisso”, gravadas pelo Trio Ternura, foram alguns desses sucessos. Em Cachoeiro, Sérgio venceu o “II Festival de MPB”.
Em 1971, o disco “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10”, gravado por Sérgio, Raul Seixas, Miriam Batucada e Edy Star, marcou a história da música popular brasileira por causa da ousadia nas composições, que debochavam do consumismo, do falso moralismo, da moda e avanços científicos da época.
Um ano depois, com a canção “Eu Quero É Botar meu Bloco na Rua”, Sampaio ganhou o Troféu Imprensa, como artista revelação. Ao longo dos anos, diversas de suas composições foram interpretadas por grandes nomes, como Zizi Possi, Marcos Moran e Erasmo Carlos. Sérgio Sampaio faleceu em maio de 1994.
Homenagens
Depois de sua morte, Sérgio Sampaio foi homenageado de diversas formas. Em 1995, um curta-metragem sobre sua vida, foi exibido no Rio de Janeiro. Um ano depois, o show “Balaio do Sampaio, com cantores como Alceu Valença, Jards Macalé e outros poetas e músicos, resultou num CD homônimo.
Em 2000, Rodrigo Moreira lançou a biografia autorizada “Eu quero é botar meu bloco na rua”. Além disso, CD póstumo, peça musical e CD com as canções de Sérgio também foram feitos em homenagem ao artista.
Em Cachoeiro, em 2019, a administração municipal inaugurou a Estação Cidadania – Cultura “Sérgio Sampaio”, um importante espaço sociocultural localizado no bairro Rui Pinto Bandeira, que conta com quadra poliesportiva coberta, bicicletário, playground, aparelhos para exercícios físicos, pista para caminhada, pista de skate, além de telecentro, cineteatro com 60 lugares, Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e biblioteca.
Além disso, em alguns pontos da cidade, artistas visuais locais também homenagearam o compositor com pinturas e intervenções artísticas.