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Vinhos capixabas: o legado da família Tonole em cada garrafa

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Raquel Poleto Fonseca


A viticultura no Brasil tem se destacado por avanços significativos em tecnologia, adaptação de mudas, desenvolvimento de porta-enxertos e iniciativas de pesquisa promovidas por institutos especializados.

Embora o grande berço da viticultura brasileira esteja localizado na região Sul, a expansão para outras áreas do país, como Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, tem impulsionado a produção de vinhos de alta qualidade e o desenvolvimento do enoturismo, contribuindo diretamente para a economia local.

No Espírito Santo, destacam-se empreendimentos familiares e pioneiros na viticultura, muitos deles frutos da herança da imigração italiana em cidades como Santa Teresa e Venda Nova do Imigrante — uma riqueza cultural e histórica muitas vezes ainda desconhecida por grande parte dos capixabas.

Nesta edição de Taça e Prosa, trazemos uma conversa exclusiva com Bruna Tonole Krohling, engenheira de alimentos formada pela UFV e sócia-proprietária da terceira geração da Vinícola Tonole. Localizada na região serrana do sul do estado, em Venda Nova do Imigrante, a vinícola produz cerca de 10 mil garrafas por ano, distribuídas em cinco rótulos de vinhos de mesa elaborados com uvas como Isabel e Bordô (americanas), IAC (híbrida) e Moscatel (vinífera).

T&P: Bruna, como foi para você a decisão de assumir os negócios da família?

Bruna: “Cresci vendo a luta e a força de trabalho dos meus avós e pais. Seguir com os empreendimentos da família é uma forma de dar continuidade ao que foi construído arduamente por eles, além de ser a oportunidade de agregar valor e uma nova mentalidade para o negócio. Sair do campo nunca foi uma opção para mim. Formei-me em Engenharia de Alimentos pela UFV, mas voltar para casa sempre foi o objetivo. A qualidade de vida, estar próximo da família e ajudar os negócios a prosperarem é uma realização, e não poderia estar mais feliz. Ver e compartilhar as conquistas com a minha família e poder viver do campo é um grande privilégio.”

Segundo Bruna, a produção de uva aconteceu de forma despretensiosa. Seu avô, Filipi Tonole Neto, fazia o vinho utilizando as uvas que eram produzidas no seu terreno e no terreno de um vizinho. Inclusive, produziu o vinho do próprio casamento. Sempre que finalizava o processo de fabricação, reunia os amigos e vizinhos para confraternizar e consumir o vinho produzido. Com o passar do tempo, os convidados sempre demonstravam interesse em levar uma garrafa para casa, despertando assim o olhar empreendedor do pai de Bruna, Agnaldo Tonole. Ele propôs ao Sr. Filipi, seu pai, que começassem a cultivar uvas na propriedade para produção em maior escala, transformando o que era apenas uma celebração familiar em um empreendimento. Dessa forma, substituíram parte da lavoura de café por parreiras de uva, investiram em tecnologia e formação, com apoio do Incaper no fornecimento de mudas de alta qualidade, dando início ao complexo industrial que perdura até hoje.

T&P: Como é a produção na Tonole atualmente?

Bruna: “A produção é artesanal e natural, com baixa intervenção no processo de vinificação. Não há inoculação de leveduras, e a fermentação é feita apenas com as leveduras das próprias uvas, seguindo um processo tradicional ao longo dos anos. Além dos vinhos, a vinícola também produz a Niagara para consumo in natura e fermentados de jabuticaba.”

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T&P: Quais os rótulos de vinho produzidos hoje?

Bruna: “São produzidos 2 rótulos de vinho de mesa suave, o Tinto Isabel e o Rosé Moscatel, e 3 rótulos de Tinto Secos: o Isabel, o Bordô e o IAC.”

Com o crescimento do agroturismo na região sul do Espírito Santo, a vinícola também se adaptou para abrir suas portas ao público em geral, com visitações guiadas focando no enoturismo. Um bom exemplo disso são as visitas aos parreirais na época da colheita, degustação dos vinhos, reforçadas com a oferta de uma culinária típica da região, de tradição italiana.

Muito além de colocar sua produção no mercado, a Tonole entende que hoje a experiência conta tanto quanto a qualidade na garrafa e, sob essa perspectiva, o empreendimento está expandindo para o ramo de hotelaria. A construção dos chalés e inauguração da Pousada Relevo têm o objetivo de proporcionar ainda mais ao cliente experiências ligadas ao enoturismo.

T&P: Como você vê o crescimento da região em torno do agroturismo e sua importância para o empreendimento?

Bruna: “Na minha opinião, a principal importância para a região é apresentar a diversidade dos produtos que podem ser encontrados no roteiro do agroturismo, além de ser uma forma de manter as novas gerações no campo para dar continuidade ao trabalho que foi iniciado em 1976 pelos nossos avós e pais. Somos extremamente gratos pelo esforço, desde o início, para desenvolver o agroturismo na região. Hoje, colhemos o fruto de todo o trabalho e podemos permanecer junto aos nossos familiares para manter as tradições vivas para as próximas gerações.”

T&P: Como os interessados podem visitar a Vinícola Tonole?

Bruna: “Nossa propriedade está de portas abertas para todas as pessoas que desejam conhecer. Fica aqui o nosso convite para vocês conhecerem um pouco do nosso trabalho. Nossa lojinha funciona todos os dias, das 8h às 18h. Para mais informações, vocês também podem seguir o nosso Instagram (@vinicolatonole) ou entrar em contato via WhatsApp: 28 99922-2255.”

E depois desse bate-papo, nada melhor que uma dica de harmonização. Minha escolha para essa dica foi o vinho Rosé Suave Moscatel e uma cocada cremosa de queijo e goiabada. O dulçor do Moscatel harmoniza perfeitamente com o doce e a cremosidade da cocada, transformando-o assim em um surpreendente vinho de sobremesa. Saúde!

Raquel Poleto Fonseca, natural de Cachoeiro de Itapemirim, é escritora, contadora e sommelière de vinhos pelo Instituto Federal de São Paulo, com certificações especializadas pela Embrapa Uva e Vinho, Instituto Federal do Rio Grande do Sul e Enagro. É curadora de confrarias e do projeto Livros e Vinhos, unindo sua paixão por palavras e vinhos para criar experiências que conectam pessoas

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