TAÇA & PROSA. Quem nunca se deparou com esta dúvida, tal como o príncipe Hamlet, no livro homônimo de Willian Shakespeare: Vinhos de Mesa ou Vinhos Finos? Eis a Questão!
Claro que o príncipe está em profundo questionamento filosófico naquele momento, mas enfrentar a dúvida ao escolher nossos vinhos é ou não é uma questão filosofal? (Risos)
A questão nos causa grande confusão: vinho de mesa, vinho fino, suave, seco e tantos outros nomes acabam afugentando o bebedor de vinhos recém-chegado aos jardins de Baco.
Vinhos finos
Vinhos finos são os feitos com as uvas chamadas Vitis Viníferas ou uvas europeias. São as boas e velhas conhecidas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Chadonnay, Malbec e muitas outras. A Vitis Vinífera é uma espécie de uva que deu origem a mais de 10.000 variedades de uvas usadas para fabricação de vinhos.
A bebida final tem aspecto mais límpido, com tons mais vivos e brilhantes. No mais, essas uvas chamam atenção por ter uma casca mais grossa, rica em substâncias como taninos e polifenóis. O resultado é uma bebida de alta complexidade, com aromas intensos e sabores variados e elaborados. Em geral, o vinho produzido ganha sabores mais densos e secos.
Vinhos de mesa
Os vinhos de mesa, por sua vez, são os vinhos feitos a partir de outras espécies de uva – aqui no Brasil é muito utilizada a Vitis Labrusca, também conhecida como Cataúba ou Niágara. As Vitis Labrusca, por exemplo, são uvas bonitas, que têm cachos volumosos e sabor muito agradável. Por isso, são indicadas para o consumo in natura, sendo consideradas, assim, como uvas de mesa. Daí vem a origem da nomenclatura do vinho feito com essa uva.
Com relação à bebida produzida, o vinho de mesa tem uma coloração mais opaca e com tons menos brilhantes que os vinhos finos. Uma importante diferença entre vinhos de mesa e os finos é que as uvas de mesa geralmente têm uma concentração maior de açúcar, gerando uma bebida mais doce e menos alcoólica. Como sua casca é mais fina, ela não consegue entregar a mesma complexidade sensorial que as Vitis Viníferas.
Eis a questão!
Agora sim, com essa dúvida cruel dissipada, já não precisaremos encenar Shakespeare nas gôndolas dos supermercados. Fique atento aos rótulos, pois a indicação vai estar escrita neles, assim como o nome das uvas e todas as informações sobre aquela garrafa. E vale sempre lembrar que, na dúvida, deve-se procurar a ajuda do sommelier responsável pela sessão ou, na modernidade dos tempos de hoje, um “google” resolve. Tenho certeza que Shakespeare não se importaria!
Escolha seu vinho preferido e saúde! Até mais!