O folclore brasileiro faz parte de nossa cultura, ele representa a nossa identidade brasileira, quando cria-se uma história, um conto, isso representa um contexto social de um determinado grupo. Assim, devemos valorizar e preservar o folclore, pois assim estamos cuidando de nossa história.
Neste dia dedicado ao folclore, compartilho uma história que aconteceu com minha Bisavó Maria. Não se apegue em querer saber se era real ou não, pois, no fundo, o que essas histórias desejam é nos dar uma lição de vida.
“Vó Maria era uma mulher única, sua calma contagiava todos à sua volta e sua dedicação à família superava todas as suas características. Ela era a primeira a acordar e a última a dormir e seu companheiro de batalha era seu amado fogão a lenha. Sua forma de demonstrar o amor era através do preparo do alimento e seu fogão sempre tinha uma água quente para a necessidade.
Ao levantar, todos os dias, a primeira coisa que fazia, antes mesmo de lavar o rosto, era acender seu fogão e pôr uma água para esquentar. Seu café era tão gostoso que saciava qualquer fome ou curava qualquer cansaço. Mas, o que não podia faltar era a lenha, então, sua primeira tarefa era ir em busca de lenha, colocando-a embaixo da escada que dava acesso à cozinha.
Sua força e coragem para o trabalho demonstravam dedicação para o cuidado com sua família. Sua coragem era imensa e em defesa de seus familiares era capaz de tudo. Certa noite, após todos dormirem, Dona Maria ficou mais tempo na cozinha, adiantando o possível para o dia seguinte. Quando ouviu um barulho estranho vindo do lado de fora, tomando um susto com o latido fino e único do seu cachorro.
Se preparando para avistar o que era e se virando em direção à escada, ouviu passos subindo as escadas e preparou-se para o ataque, segurando um tição do seu fogão a lenha. Quando, encarando a porta, avistou um porco no formato de um homem, como as lendas de lobisomem, vindo em sua direção. Não pensando duas vezes, Vó Maria atingiu-o com o tição na altura do braço, queimando-o, este saiu roncando e sumiu na escuridão. Ela não dormiu em paz naquela noite, ficou de vigia a madrugada inteira, à espera do possível retorno do monstro, o que não aconteceu.
No dia seguinte, ao caminhar por sua comunidade, sem mencionar o que ocorrera na noite anterior, vovó Maria avistou um vizinho com uma queimadura parecida, no local exato onde havia atingido o monstro. Logo, teve a certeza de que o ser místico que havia atingido, na noite anterior, era seu vizinho.
Antes mesmo que pudesse contar a todos o que descobriu, visualizou seu vizinho fugindo com o que podia carregar, e nunca mais teve notícia dele.”
Um artigo em homenagem ao dia do Folclore brasileiro