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O Endurance encalhado. Imagem divulgação.

Sobre Homens e Montanhas: O Fator do Terceiro Homem

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Marcio do Nascimento Santana
O Companheiro Fantasma? Imagem divulgação.

Quero resolver um problema de escalada nas montanhas, e não na loja de artigos esportivos. Reinhold Messner

O Fator do Terceiro Homem 

Ou o Companheiro Fantasma é um fenômeno paranormal que geralmente se manifesta em situações de grande estresse e dificuldade, onde a sobrevivência do montanhista, aventureiro e até mesmo de uma pessoa comum estão em jogo. E esse terceiro homem seria um ser invisível que se materializa e que intervém em um momento crítico, geralmente ligado a uma luta de vida ou morte. Esse companheiro imaginário não é uma mera aparição ou alucinação, uma vez que as alucinações são extremamente perturbadoras, ele seria mais um guia que aparece para dar conforto, ajuda ou apoio. Uma aparição providencial muito útil e ordenada que atua como protetor dos mais desesperados. E ele pode aparecer para uma ou mais pessoas, e sempre em situação de grande estresse.

Um estudo de casos com o terceiro homem, relatou que o maior grupo envolvia alpinistas, seguidos de marinheiros solitários e sobreviventes de naufrágio, seguido por exploradores polares e finalmente por pequenos grupos de pessoas em centros urbanos.

Casos de Exploradores

Frank Smyth: Era um explorador e alpinista britânico que em 1933 quase se tornou a primeira pessoa a chegar ao cume do Monte Everest. A escalada foi árdua e muito perigosa, sua equipe foi desfalecendo ao longo do percurso até que ele se encontrou praticamente sozinho, e mesmo assim continuou sua empreitada, e errou o topo por apenas 300 metros. Na hora de voltar, viu que se encontrava na zona da morte, sofrendo com o ar rarefeito e a baixíssima temperatura, ele achou que sucumbiria, porém teve a ideia de enfiar a mão no bolso, e tirar  um pedaço de bolo de menta Kendal, partiu-o ao meio e se virou para dar a outra metade a um companheiro que simplesmente apareceu, mas na realidade não havia ninguém mais com ele:

“Todo o tempo em que subi sozinho, tive a forte sensação de que estava acompanhado por uma segunda pessoa. A sensação era tão forte que eliminou completamente toda a solidão que eu poderia sentir de outra forma.”

Quando finalmente encontrou com seus companheiros perguntou se mais alguém tinha visto o seu amigo que o ajudou e claro a resposta foi um sonoro não, e escreveu essa experiência em seu diário.

Peter Hillary: O filho de Edmund Hillary, em 1998, vivenciou essa experiência ao notar uma presença estranha durante uma expedição ao Polo Sul, ele tentava refazer a jornada final de um explorador chamado Scott na Antártica. Segundo Peter ele se encontrava em uma situação bastante delicada, e essa entidade que o acompanhou poderia ser seu pai ou sua mãe que o guiou durante boa parte da expedição e na maioria das vezes sentia uma vivida sensação de presença física.

O Livro de John Geiger. Imagem divulgação.

Ernest Shackleton: Foi um dos maiores desbravadores da Antártida. Em 1916, o navio que comandava o Endurance ficou preso no gelo, e ele e sua tripulação para sobreviverem foram forçados a fazer uma jornada cansativa por cordilheiras e geleiras até uma estação baleeira na Baía de Stromness. Assim ele partiu com mais dois homens afim de fazer o reconhecimento e de se locomoverem com mais velocidade. Foi quando mais tarde o próprio Shackleton escreveu em seu diário: “Eu sei que durante aquela longa e torturante marcha de trinta e seis horas sobre as montanhas e geleiras sem nome, muitas vezes me pareceu que éramos quatro, não três.”

O poeta TS Eliot leu o relato de Shackleton sobre esse misterioso “quarto” homem e escreveu um poema chamado, The Waste Land (A Terra do Desperdício), onde ele narra as desventuras do explorador e fazendo uso da licença poética, ele transformou o quarto homem de Shackleton em um terceiro. Daí a origem do nome desse fenômeno.

Quem é o terceiro que caminha sempre ao seu lado? Quando eu conto, somos apenas você e eu juntos. Mas quando eu olho para a frente na estrada branca sempre há outro caminhando ao seu lado, deslizando, envolto em um manto marrom, encapuzado. Não sei se é homem ou mulher, mas quem é esse do outro lado de você?

Alpinistas Famosos

Reinhold Messner também contou com a ajuda do companheiro fantasma e sobre isso ele disse: ‘Acho que é bastante natural. Acho que todos os seres humanos teriam sentimentos semelhantes se se expusessem a situações tão precárias.’

Reinhold Messner. Imagem divulgação.

Joe Simpson: Alpinista e escritor que foi autor do livro Tocando o Vazio, de 1988, onde ele narra sua experiência de quase morte nos Andes peruanos. No livro ele diz que ouviu  “uma voz” que o encorajava e o guiava para fora da montanha, e mesmo com a perna quebrada ele conseguiu se salvar

Além dos exploradores, várias outras pessoas puderam contar com a ajuda inestimável desse anjo da guarda, um exemplo clássico seria o atentado contra as Torres Gêmeas nos Estados Unidos onde existem inúmeros relatos de um companheiro protetor que guardava as diversas vítimas nos escombros, dando força e coragem a elas e levando esperança.

O Livro

O escritor e montanhista John Geiger narra o fenômeno do companheiro fantasma em seu novo livro, The Third Man Factor: Surviving the Impossible (O Terceiro Homem, sobrevivendo ao Impossível). Em sua obra ele apresenta diversas teorias sobre essa milagrosa entidade e vários estudos de casos, fazendo cruzamento com aparições em diversas partes do mundo. Um livro no mínimo fascinante.

“Se entendermos que o Fator Terceiro Homem faz parte de nós, assim como a adrenalina é… então podemos começar a acessá-lo com mais facilidade.” John Geiger

John Geiger.Imagem divulgação

Um Anjo?

Seria o terceiro homem um anjo? Um guia celestial? Uma manifestação material da psique humana ou uma entidade real? Para os cientistas suíços, no entanto, o fenômeno está ligado a certas estimulações elétricas na junção temporo parietal esquerda e essas sensações são acionadas pela adrenalina, medo e desespero. Os estímulos são tão poderosos que as pessoas realmente eram capazes de evocar o companheiro fantasma. Eles inclusive submeteram pessoas epiléticas a testes e foram bem sucedidos, uma vez que quando a corrente elétrica era desligada, as pessoas relatavam que a presença havia desaparecido.

Seja como for, imaginário ou não, ele certamente é real para aqueles que o conheceram, e   representa uma força   poderosa para a sobrevivência, e descobrir como acessar essa força, seria um fator determinante para o sucesso contra cenários e probabilidades aparentemente impossíveis.

Para frente e para o alto;

Montanha Brasil.

Para saber mais:

 

Marcio do Nascimento Santana, Historiador com formação em Arqueologia, Montanhista e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Cachoeiro de Itapemirim

 

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