Desde que a ferrovia parou de funcionar no Sul do Estado, os roubos de trilhos, dormentes e peças de locomotivas e vagões não param.
Para tentar coibir esses crimes, que ocorrem principalmente entre Cachoeiro de Itapemirim e Mimoso do Sul, a Polícia Civil deflagrou a Operação Sioux, com investigações e diligências para identificar e prender ladrões e receptadores.
No domingo (30), investigadores do Departamento Especializado em Investigações Criminais (Deic) flagraram no distrito de São Joaquim, dentro de um galpão em construção, um receptador de parte do material subtraído na última das ações dos criminosos, na posse de 10 toneladas de trilhos.
Este receptador foi conduzido ao plantão da Delegacia Regional de Cachoeiro de Itapemirim, onde foi autuado pelo crime de receptação, cuja pena pode chegar a quatro anos de prisão.
De acordo com a Polícia Civil, ao menos mais três criminosos foram identificados e serão indiciados, com possibilidade de representação por suas prisões provisórias, já que se trata de grave dano ao patrimônio nacional.
Levantamento da Polícia Civil aponta que o prejuízo por quilômetro de ferrovia subtraída ultrapassa a barreira de R$ 1 milhão.
Segundo o delegado titular do Deic, Rafael Amaral, foram cinco ações até o momento, tanto com prisões de suspeitos, quanto com a apreensão de material subtraído da antiga Rede Ferroviária Federal S/A.
“Os trabalhos da Operação Sioux não irão cessar, até a identificação de todos os envolvidos”, afirmou o delegado.
Operação Sioux
É uma homenagem à tribo indígena de mesmo nome, que sob a liderança dos Chefes Touro Sentado e Cavalo Louco foi dizimada no ano de 1876, durante a batalha de Little Bighorn, no atual estado de Montana. Foram mortos mais de 10 mil indígenas, tudo pela determinação e imposição do governo americano em abrir estradas de ferro dentro de territórios indígenas, dentre as quais, a famosa Rota Bozeman.
O Sioux – até a chegada dos colonizadores que visavam a abertura de estradas de ferro rumo ao Oeste americano – viviam em paz com a natureza e com os búfalos que dominavam aquelas planícies. Caçadores nômades que eram, desfrutavam de total comunhão com os animais, comiam sua carne e usavam sua pele para confeccionar as tendas, chamadas de tipis.
