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Reginalda, a galinha

escritoras-cachoeirenses2-07-01-23
Escritoras Cachoeirenses

Era uma galinha de estimação, não era uma galinha de domingo. Criada com toda ternura e zelo que se pode ter por um animalzinho, mesmo ele sendo o prato nacional do domingo… Galinha praiana, criada ao som das ondas do mar e da maresia que grudava suas penas. Ciscava e cacarejava alheia ao mundo, tal como é a praxe galinácea de existir e provavelmente não se dava conta de nada disso. Ciscar e cacarejar… essa era Reginalda.

Como seu destino passava longe do fogão e sabendo das habilidades em ciscar a restinga, num belo domingo de sol, Reginalda foi escolhida para uma missão: – “Cisque uns matinhos e uns insetos no jardim do Barão, Reginalda, assim que acabar você volta, fique tranquila! ”

E lá se foi Reginalda, com suas penas ouriçadas, sacudindo para lá e para cá, num movimento ora reto, ora curvo, ora sacudindo que chegava a tontear a pobrezinha. Ainda atordoada da viagem, qual não foi a surpresa da pobre penosa ao se deparar com uma verdadeira mata atlântica de capins tão altos que seus olhinhos não alcançavam o fim.

“Ôxe! Esse Barão deveria aprender a capinar o quintal, eu cisco graminhas, pedrinhas, não floresta,” arfava indignada! Foi se acomodando naquele matagal, ficou lá encolhida num canto à noite, refletindo, e até pensou em fugir, mas sabia que ser uma galinha era também não ser dona de si. Precisava se adequar ao sistema e, ali, o sistema era bruto.

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O tempo passou e Reginalda aprendeu a derrubar e ciscar o capim alto, fracionar ao longo do dia o milho que recebia do Barão pela manhã, fez amizade com alguns insetos, ouvia atenta as histórias do ratinho Abu, que trazia notícias do mundo lá de fora. Quase aprendeu o hino do Vasco com a Calopsita do Barão, mas já tinha sofrimento demais a coitada…

Reginalda se sentia diferente. Descobriu um mundo que jamais imaginara. Percebeu, “a duras penas”, que saindo da zona de conforto, fora possível viver novas aventuras e se tornar uma galinha de estimação com histórias para contar

Mas cá entre nós, um segredo de Reginalda; seu coraçãozinho de 10 gramas ainda palpita nostálgico por aquela vida pacata à beira mar… não perdeu a esperança de que um dia ela há de voltar.

Dedico ao casal Kaio e Andressa, tutores de Reginalda e Rodrigo, que me permitiram conhecer a história de Reginalda, a galinha de estimação.

Raquel Poleto Fonseca. Cachoeirense, contadora, integrante do Clube de Leitoras Cachoeirenses

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