O que é mais doloroso para uma filha? Sepultar o pai ou ele simplesmente desaparecer, sem se despedir? Para onde ele foi? Por que foi embora? Quem o levou? Alguém o machucou? Será que nunca mais vou vê-lo? Essas perguntas povoam a mente de quem espera por um familiar ou amigo desaparecido.
Histórias como essa são comuns em filmes de drama que comovem o telespectador. Mas para Anne Silva esta é uma dura realidade. Sua angústia se agrava porque o pai é idoso e sofre de alzeimer.
Seu pai, João Silva, de 76 anos, saiu de casa aparentemente para dar uma volta. Desde então, já se passaram quase três meses e nenhum sinal, nenhuma pista concreta ou qualquer informação que pudesse apontar a verdadeira direção que ele possa ter seguido.
Nesse período, foram muitas as buscas por João. Informações desencontradas; telefonemas de pessoas que dizim tê-lo visto em algum lugar; idas e vindas sem sucesso. Saudade, esperança, medo e frustração são os sentimentos que tomam conta do coração de Anne sempre que o telefone toca.
Será que dessa vez é verdade? questiona ela, para si mesma. E o pior: golpistas tentaram tirar dinheiro da família em troca de informação. Um crueldade com quem sofre a “perda” e ainda tem que lidar com gente que quer se aproveitar da dor e da fragilidade alheia.
Ane procurou a Polícia, na delegacia fez Boletim de Ocorrência; recorreu ao Ministério Público e ao Creas, mas as diligências e investigações aconteceram sem sucesso.
Um fio de esperança
Fotos, contatos e informações básicas foram publicadas amplamente nas redes sociais com muitos acessos e mensagens a respeito do provável destino de João.
Resiliente, a esperança se recusa a deixar aquela casa. Afinal, o pai de Anne ainda pode se encontrado e voltar para casa. Ninguém desiste do pai que é amado pelos filhos. Mas a incógnita, o medo e a frustração insistem em desafiar a fé de que tudo irá terminar bem.
Ane narra um pouco sobre sua via crucis em busca do pai. “A busca que mais me marcou foi quando uma senhora, moradora da Barra do Itapemirim. entrou em contato comigo me dando tanta certeza que parei tudo o que estava fazendo e fui até o Pontal da Barra com o meu marido e meu irmão. Em um determinado momento, vi um homem muito parecido com meu pai revirando o lixo. Meu coração parecia sair pela boca, corri e gritei: pai! O homem me olhou e disse: não sou seu pai. Pedi desculpas, mostrei a foto e ele saiu de perto. Foi frustrante. Decidi procurar só quando tiver uma foto ou algo mais concreto, pois os andarilhos se confundem muito devido a aparência e condições insalubres em que vivem.”
As buscas continuaram até que uma ex vizinha que conhecia João desde a infância mostrou a foto dele para um pescador que ficava próximo a mesma região em que Anne esteve procurando. O pescador confirmou ter visto João, e depois não deu certeza.
Poucos dias depois, surgiu um corpo boiando nas proximidades do Pontal da Barra que era o local onde João foi supostamente visto. Eram muitas informações em comum, tinha tudo para ser ele, mas não era…
Um alívio para a filha, pois seu pai pode estar vivo. A família pede para quem encontrar ligar para 28 99928-3821 e falar com Anne.
“Faz tempo que não tenho notícias, pistas. Eu sei, sinto que ele está vivo, porém o quadro da doença deve ter evoluído para não se lembrar de mim, de onde ele mora. Não perdi as esperanças de encontrá- lo, só peço a Deus que o proteja”, finaliza Anne, uma filha à procura do pai. Leia Mais Aqui.