Há alguns anos, uma reportagem no fantástico levou os telespectadores às lágrimas, inclusive eu.
Uma criança estava se afogando no rio, a mãe pula na água e consegue salvá-la, o fato curioso e que causou tanta emoção é que a mãe não sabia nadar.
Foi a reportagem mais comentada no dia seguinte, mas me veio uma reflexão. É verdade que nós mães temos um amor divino dentro nós, a nossa ligação com Deus se torna quase um contato direto quando falamos dos nossos filhos, mas não pude deixar de pensar em como a sociedade explora isso.
Foi emocionante ver a mãe salvar o filho mesmo sem saber nadar, e se salvar, afinal uma mãe não abandona o filho, ela vai lutar até as últimas forças, e ao analisar o vídeo vejo ao redor as pessoas que filmaram aplaudindo a coragem e o amor da mãe, ajudando com a criança e não vi, em nenhum momento, a preocupação com o que aquela mulher que acabou de passar por um desespero imenso estava sentindo.
Ninguém perguntou como ela estava, ninguém a abraçou para confortá-la, ninguém pensou que, por mais que tenha sido corajoso o ato de pular em um rio sem saber nadar, foi também uma atitude desesperada.
Colocaram as mães em um pedestal, tiraram delas o lado humano, quando uma mulher se torna mãe deixa de ser mulher e se torna alguém sobre humana, sem direito de errar, sem direito de se cansar, de desanimar algumas vezes e até mesmo de sofrer.
É claro que nós mães sabemos que nos tornamos leoas, que temos essa força sobrenatural de mãe, mas queremos o nosso lado humano, queremos a família reunida nesse domingo e nos outros, queremos ser aquela que resolve todos os problemas e queremos ser aquela que se senta cansada da rotina diária e espera de verdade que alguém olhe para seu lado humano.
Mesmo assim, é fácil entender porque o Dia das Mães é uma data tão comovente e importante para nós, ela é a única que não vai desistir de nós, e para nós mães, a data é nossa oportunidade de ver o que nos deixa mais feliz: o sorriso estampado no rosto de nossos filhos.