Mais de 40 dias se passaram desde a enchente e cerca de 30 lojas ainda não conseguiram reabrir em Cachoeiro de Itapemirim. Algumas fecharam permanentemente. A perspectiva do comércio é que dentro de seis meses a situação esteja normalizada.
Considerada a pior das últimas décadas, a enchente do dia 25 de janeiro atingiu um total de 567 empresas, com prejuízo que ultrapassa R$ 1,2 milhão. Muitas delas tiveram apenas que limpar água suja, mas outras contabilizaram um prejuízo financeiro considerável.
Algumas lojas não conseguiram reabrir, como Novara, Padaria do Canal, Supermercado Calvi, Empórium dos Tecidos, Armarinho dos Tecidos e duas lojas do Villa Shopping. Outras estão sendo reconstruídas aos poucos, como é o caso da Carneiro, River’s Grill e Mundo das Opções.
“Estamos na reconstrução da estrutura há duas semanas. É muito trabalho. Temos planos para reabrir logo no começo do mês que vem”, disse o gerente da loja Mundo das Opções, Jakson Oliveira, 27 anos.
Linha de crédito
O Bandes abriu o Fundo de Reconstrução para ajudar tanto pessoas físicas quanto jurídicas vítimas do desastre. Ao todo, já foram feitas 50 solicitações que somam R$ 5 milhões em créditos para os municípios de Iconha, Castelo, Cachoeiro e Rio Novo do Sul.
A linha de crédito é recente, portanto somente a partir da semana que vem deverão ser realizadas as primeiras liberações, sendo o limite máximo para pessoa física de R$ 20 mil. Para pessoa jurídica não há um limite nominal, entretanto tudo é feito sob análise.
“O processo é super simples, bastando ter um laudo do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, e preencher um formulário para que a proposta já comece a correr. Os juros são de 4,25% ao ano”, informou a assessoria do Bandes.
Comerciantes
O comércio cachoeirense vivia uma boa expectativa para 2020, após os resultados de recuperação registrados a partir de setembro do ano passado. Com a enchente, a prioridade passou a ser a recuperação das empresas e o apoio aos lojistas para que eles possam se reerguer. Bazares com mercadorias recuperadas foram realizados na cidade em fevereiro, com o intuito de ajudar os comerciantes.
Dois dias após a inundação, a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Cachoeiro de Itapemirim (Acisci) contratou emergencialmente dois caminhões e duas pás mecânicas para retirar os entulhos das lojas do Centro da cidade.
Também foi posta segurança nas ruas por pelo menos três dias, pois muitas empresas corriam risco de serem saqueadas. Foi disponibilizada a estrutura física da Acisci, além de mesas, computadores e wi-fi para o que fosse necessário.
“Marcamos uma reunião emergencial com Banestes, Bandes e prefeitura que acabou acontecendo na catedral devido à quantidade de pessoas para falarmos justamente sobre essas linhas de crédito. A Acisci é uma fomentadora disso”, relata Juarez Marqueti, relações públicas da associação.
Sobre o futuro, Juarez Marqueti explica que a recuperação deve durar pelo menos seis meses.
“Há toda uma engrenagem de negócios que foi e será afetada por um médio prazo por toda a região, podendo ser esses prejuízos percebidos pelos próximos seis meses”, completa.
Com informações de Daniel de Paula